A maior queda da demanda por algodão das últimas cinco décadas está armando o cenário para que ocorra a maior alta dos preços do produto dentro de seis anos, uma vez que os agricultores do mundo inteiro estão cultivando lavouras mais rentáveis, como milho, soja e trigo.
A corretora de commodities FCStone Group Inc. prevê que os agricultores norte-americanos, os maiores exportadores mundiais de algodão, plantarão 3,36 milhões de hectares de algodão em 2009, a segunda menor área de um século. A China, o maior importador do mundo, deverá reduzir a área plantada com a fibra em 21%, para 4,70 milhões de hectares, disse a Associação Chinesa de Algodão.
Embora a desaceleração da economia deva reduzir em 6,1% o consumo no ano que se encerra em julho próximo, a demanda mundial vai ultrapassar a oferta em 5,4 milhões de fardos (217,72 quilos cada), estima o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, pelas iniciais em inglês).
O Goldman Sachs e a Sucden Financial prevêem que a escassez fará com que os contratos futuros de algodão alcancem 60 centavos de dólar a libra-peso este ano, uma alta anual de 22% que será a maior desde 2003.
"Desde o início da crise financeira os preços do algodão se concentraram na ponta da demanda", disse Sandra Bachofer, co-gestora de US$ 1,2 bilhão em Stuttgart, Alemanha, para o suíço Tiberius Group. Em meses posteriores deste ano, a oferta é que será fundamental, disse ela.
Veículo: DCI