A Polaroid, pioneira da tecnologia de fotografias instantâneas que entrou em recuperação judicial depois de seu dono ser indiciado por fraude, acertou sua venda para uma afiliada da empresa de investimentos em participações Genii Capital SA por US$ 42 milhões.
É o segundo acordo de venda da Polaroid em menos de quatro anos, na esteira de seus problemas financeiros. A empresa deve aceitar ofertas concorrentes até 12 de março, cinco dias antes de um leilão sancionado pela Justiça, de acordo com documentos encaminhados na quarta-feira à Corte de Falências dos Estados Unidos, em Minneapolis.
"O interesse do Genii Capital na Polaroid assevera a viabilidade da empresa e da marca", afirmou a executiva-chefe da empresa, Mary Jeffries, em comunicado, divulgado na quarta. "A Polaroid emergirá como um negócio sustentável."
A Polaroid, fundada há 72 anos, perdeu mais de US$ 200 milhões desde sua aquisição em 2005 pela firma de investimentos Petters Group Worldwide, cujo proprietário e principal executivo foi preso em outubro, acusado de armar um esquema de pirâmide financeira de US$ 2 bilhões.
A Genni, com sede em Luxemburgo e mais de US$ 1 bilhão em ativos sob administração, já possui ligação comercial com a Polaroid. É acionista da Zink Imaging, fabricante de tinta e papel, cujos produtos são usados nas câmeras e impressoras da Polaroid, de acordo com os documentos judiciais.
O status da Genni como principal ofertante será avaliado em 18 de fevereiro pelo juiz de falências Gregory Kishel.
O fundador do Petters Group, Thomas Petters, foi preso em 3 de outubro, acusado de fraude postal, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. Os promotores sustentam que Petters usou ordens de compra falsas para assegurar investimentos e disse a investidores que o dinheiro seria usado para comprar produtos eletrônicos e revendê-los a varejistas. Seu julgamento está marcado para começar em 9 de junho.
A Polaroid busca levantar dinheiro para pagar credores, como o gestor de fundos de investimento, Acorn Capital Group, que ganhou direito de confiscar os estoques e receitas futuras da Polaroid, além de US$ 21 milhões, em acordo para encerrar um processo sobre patentes. O caixa da Polaroid não está incluído na venda de ativos, segundo os documentos judiciais.
A Polaroid havia entrado em recuperação judicial anterior, em 2001, depois de as câmeras digitais terem tornado obsoleta a tecnologia dos filmes instantâneos. A unidade de private equity do JPMorgan Chase ajudou a empresa a sair do processo, dentro dos termos do Capítulo 11 da lei dos EUA, no ano seguinte, comprando uma participação de 53%, por US$ 56 milhões. Petters licenciou o nome da marca em 2002 e comprou a empresa em 2005 por US$ 426 milhões.
Veículo: Valor Econômico