A americana International Paper, maior fabricante de papel do mundo, apresentou prejuízo de US$ 452 milhões no quarto trimestre de 2008, comparado com o lucro de US$ 327 milhões de um ano antes. "O negócio está difícil", disse o presidente mundial da empresa, John Faraci. "A economia está em profunda recessão.
O primeiro trimestre deste ano será provavelmente pior do que o quarto trimestre de 2008, apesar dos sinais de que as entregas de papéis de escritório e embalagens de papelão terem aumentado ligeiramente em janeiro na comparação com dezembro, afirmou Faraci, numa teleconferência com analistas. No ano, a IP teve lucro de US$ 57 milhões, frente ao ganho de US$ 1,2 bilhão de 2007.
A International Paper, que cortou 4,4 mil empregos no ano passado, pretende eliminar 3 mil vagas adicionais neste ano para reduzir seu quadro de pessoal para 59 mil empregados.
"A demanda por papel e embalagens está tornando-se mortal", disse o analista Daniel Rohr, do Morningstar, de Chicago. "A boa notícia é que a International Paper e o resto da indústria estão melhorando sua gestão"
A unidade de papel para imprimir da IP registrou um prejuízo operacional de US$ 40 milhões, comparado com um lucro de US$ 243 milhões um ano antes, enquanto as vendas declinaram e a companhia restringiu a produção de alguns papéis.
As vendas totais subiram 12% para US$ 6,54 bilhões. O aumento reflete a aquisição da unidade de reciclagem e embalagens industriais da Weyerhaeuser, em agosto. O acordo que tornou a International Paper na maior fabricante de papel para embalagem, usado para caixas de papelão ondulado, tomando a posição da americana Smurfit-Stone Container, que entrou com o pedido de recuperação judicial nesta semana para reestruturar sua dívida.
No Brasil, as vendas de papéis não-revestidos da International Paper foram de 215 mil toneladas no quarto trimestre de 2008, 5% abaixo dos 227 mil toneladas em igual trimestre de 2007. No ano passado, a IP vendeu 853 mil toneladas, acima dos 794 mil toneladas ao longo do ano anterior. A subsidiária brasileira inaugura sua nova fábrica em Três Lagoas (MS), com capacidade de 200 mil toneladas, ainda neste trimestre. (Colaborou André Vieira, de São Paulo)
Veículo: Valor Econômico