Depois de um período de muito desânimo e estagnação, o Arranjo Produtivo Local (APL) de bolsas e calçados da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) deve voltar a crescer neste ano. A expectativa é de cerca de 5% de incremento nas vendas de 2014 sobre o exercício passado. Em 2013, não houve crescimento sobre o ano anterior. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados no Estado de Minas Gerais (Sindicalçados), Jânio Gomes, os empresários do setor estão tentando reagir ao momento de economia ruim e estão mais otimistas.
Ele explica que o APL foi formado há seis anos, mas que entrou em fase de execução somente há três. Atualmente, ele é formado por 25 empresas dos setores de bolsas e calçados. O maior desafio que essas indústrias estão enfrentando é a concorrência com os produtos importados da China. "Nossa carga tributária é muito alta e nossa mão de obra é cara. Então, por mais que nossos produtos tenham mais qualidade, é difícil concorrer", diz.
Para tentar driblar o que ele chama de concorrência desleal, algumas alternativas estão sendo criadas pelo Sindicalçados em parceria com o Sindicato da Indústria de Bolsas no Estado de Minas Gerais (Sindibolsas), a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) e o governo do Estado. As ações são pautadas pelo Programa de Apoio à Competitividade de APLs e financiadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Diversificação - "Nós temos buscado feiras em outras regiões do país. Inclusive participamos de uma no Nordeste recentemente. Além disso, temos promovido salões de negócios, inclusive no exterior. Já fizemos um em Nova York. Também fazemos missões empresariais para outros países. Já fomos para a Colômbia para prospectar negócios e estamos participando do Minas Trend, a maior vitrine que temos no Estado", conta Gomes. Ainda estão acontecendo cursos de capacitação gerencial para os empresários do setor.
O presidente do Sindicalçados acredita que 2014, apesar de ser um ano atípico devido à Copa do Mundo e às eleições, será melhor do que 2013. "Falo isso já pelo espírito que senti entre expositores e compradores no Minas Trend, que está acontecendo nesta semana. As pessoas estão mais positivas, querendo reagir a letargia do mercado", garante. Ele espera fechar o atual exercício com incremento de 5% sobre o ano passado.
Nesta edição do Minas Trend estão expondo 48 empresas dos setores de bolsas e calçados. De acordo com Gomes, o Minas Trend é a maior feira do Brasil nesse segmento, sendo responsável por 50% da produção da maioria das empresas de calçados que dela participam.
Veículo: Diário do Comércio - MG