Depois de um período difícil, enquanto ainda se ajustava a novas regras para o transporte rodoviário no país, a Atlas Transportes e Logística teve um 2013 positivo e começou 2014 com perspectiva de crescimento ainda mais expressivo. Segundo o presidente da companhia, Lauro Megale Neto, os primeiros meses do ano superaram suas expectativas, principalmente em decorrência de uma demanda mais forte do setor farmacêutico.
Fundada há 60 anos por seu avô, Lauro Megale, a companhia ainda é controlada pela família e faturou R$ 680 milhões em 2013, crescimento de 9% em relação ao ano anterior. Tem um quarto de seu faturamento originado por entregas de produtos farmacêuticos. Neste ano, Megale acredita que será possível elevar o faturamento em dois dígitos, para perto de R$ 770 milhões.
O empresário acredita que farmacêuticas atuantes no Brasil não venderam o que previam no fim do ano passado, mas estão conseguindo retomar um bom ritmo de vendas em 2014.
Maio também tende a ser forte, segundo o executivo, com uma programação especial para evitar problemas em junho, por causa da Copa do Mundo. "Temos programado uma antecipação de faturamento, principalmente das semanas dos jogos. Muitos clientes estão se preparando para um maior volume em maio."
Megale espera que suas vendas também sejam sustentadas pelo desempenho mais aquecido de outros segmentos em que atua, como o de materiais esportivos (que corresponde por 15% de suas vendas) e de eletroeletrônicos (12%).
Feitos ajustes internos em razão da nova lei para o setor, conhecida como "Lei do Motorista", o empresário espera caminhar para um faturamento de R$ 1 bilhão em 2015. Há dois anos, as empresas do setor vêm se organizando para as novas exigências - como a obrigatoriedade de descanso para os condutores após quatro horas de direção. A companhia tem 4 mil funcionários, 2,1 mil veículos e 56 filiais.
No entanto, as margens da Atlas seguem apertadas. Com a grande concorrência na área, a empresa opera com margem de lucro de 3%. "Estamos brigando para ampliar as margens, mas só aqui em São Paulo existem 14 mil empresas no ramo", afirma Megale.
Entre os fatores que limitam o avanço da empresa estão também as dificuldades para chegar a locais mais distantes do centro do país. "Com as chuvas, não conseguimos chegar a diversos locais na região Norte", diz Megale. Os Estados mais críticos são Rondônia e Acre. Segundo ele, clientes acabam optando pelo transporte aéreo quando precisam de medicamentos, por exemplo, sendo que o ideal seriam outras formas de acesso. "Essa condição da malha rodoviária acaba sendo um desafio para margens e para nosso transporte", diz executivo.
Veículo: Valor Econômico