O governo suspendeu estudos sobre aumento da carga tributária para cosméticos, perfumaria e produtos de higiene pessoal. "Ficamos muito felizes com a sensibilidade do governo", disse ao Valor o presidente da associação do setor (Abihpec), João Carlos Basílio, que recebeu a notícia do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli, na sexta-feira.
"Decidimos postergar temporariamente essa medida", informou ao Valor um assessor graduado do governo. Basilio diz que o governo não disse se ou quando os estudos do governo seriam retomados. "Eu calculo que neste ano não acontece nada", observou Basilio. O setor não assumiu nenhum compromisso em relação a manutenção de preços ou de emprego.
No dia 31 de março, o presidente da Abihpec foi a Brasília, acompanhado de executivos do setor para uma reunião com Caffarelli. Participaram os presidentes da Natura, Avon, L' Oréal Brasil, Johnson & Johnson, Jequiti, Hypermarcas e Boticário.
No encontro, a Abihpec informou que se a cobrança do PIS fosse mudada como sinalizava o governo - em vez de monofásica (o PIS é cobrado na operação industrial) seria bifásica (a distribuidora também pagaria) - o preço final dos produtos subiria em média 12,8%. O impacto na inflação (IPCA) seria de 0,37 ponto percentual.
Também haveria, segundo a Abihpec, impacto no mercado de trabalho, com o corte de 405 mil vagas e a renda das pessoas que trabalham no setor poderia cair R$ 2,4 bilhões. "Nosso setor tem um impacto importante nas classes C e D. Elas gastam 3,85% da renda em produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumaria. "E o que mais se destaca é perfumaria", diz o presidente da associação.
Em 2013, segundo a Abihpec, o setor contabilizou 4,8 milhões de empregos, sendo 80% disso de mão de obra feminina.
Veículo: Valor Econômico