Cosméticos de frutas tropicais e caipirinha fazem sucesso

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Acerola, açaí, pitanga, maracujá, cupuaçu. As frutas brasileiras são um sucesso no exterior. Mas, em vez de serem vendidas nos mercados, estão disponíveis nas prateleiras de lojas de produtos de beleza de todo mundo. Usadas como princípio ativo na fórmula de cosméticos, elas chamam a atenção dos consumidores estrangeiros e ajudam as empresas brasileiras a exportar cada vez mais.

 

“Os cosméticos brasileiros têm um importante compromisso com o tripé da sustentabilidade. Nossa indústria se preocupa em ser ecologicamente correta, economicamente viável e socialmente justa. A resposta positiva do mercado internacional é uma prova de que estamos caminhando na direção certa”, afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basílio da Silva.

 

Segundo dados da entidade, os cosméticos brasileiros já estão em 135 países e as vendas externas cresceram 165% entre 2003 e 2007. Ao total, o volume de exportações do período foi de US$ 537,5 milhões.

 

O jeito brasileiro de ser nos cosméticos não se restringe às frutas. Apesar do nome, a Brazilian Fruit, empresa de cosméticos de São Paulo, exporta hidratante, gel esfoliante e espuma de banho de caipirinha. A bebida mais famosa do país saiu dos bares para as necessaires das mulheres de todo mundo, seguindo uma estratégia da empresa: "Queríamos mostrar para o mundo que existe mais coisas [no Brasil] além da Amazonia. A caipirinha é comum a todos os brasileiros, do Oiapoque ao Chuí", afirma Veronika Rezani, diretora da marca. "As pessoas sempre riem e comentam que os produtos trazem alegria."

 

Mesmo com a crise econômica internacional, Veronika pretende continuar exportando. "A crise é só uma turbulência. Não vamos ficar parados no pátio e nem cair. Nenhum projeto foi cancelado por causa da crise, apenas foram reduzidos."

 

Neste ano, Veronika pretende exportar 70% do que é produzido em sua empresa – hoje o volume exportado representa 40% da produção. "Vamos focar o Oriente Médio."

 

Uma das pioneiras a exportar, a Natura construiu seu nome no exterior baseada no conceito de brasilidade. "Vendemos o jeito de ser do Brasil, os produtos têm um pouco da nossa alegria, trazem bem-estar", diz Andrea Sanches, diretora de marketing da América Latina.

 

Até 2012, a Natura pretende atingir 4,5% do mercado latino vendendo sabonetes, shampoos, condicionadores e hidratantes com princípio ativo de frutas brasileiras, como o guaraná e a andiroba. "Temos quase 111 mil consultoras na Argentina, Colômbia, Chile, México, Peru e Venezuela", informa Andrea.

 

Na loja da empresa em Paris, os franceses procuram "um pouco do Brasil". "Na França, o que mais se destaca é o atendimento: procuramos levar um pouco das nossas relações, que são mais calorosas e afetivas", afirma Andrea.

 

Segundo Adriana Mendes, diretora da Very Important, empresa que exporta cosméticos à base de cupuaçu, buriti, babaçu e açaí, o conceito de brasilidade não é o único componente do marketing dos produtos brasileiros. "A questão da sustentabilidade faz parte da agenda global. Os estrangeiros compram porque sabem que nossos produtos são comprometidos com o meio ambiente."

 

Veículo: DCI


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