Na busca por uma alimentação mais leve, saudável e refrescante no verão, muitos consumidores recorrem às frutas. Dados da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) mostram que, em janeiro, o volume de frutas vendido é de aproximadamente 135 mil toneladas e movimenta cerca de R$ 160 milhões. Para este mês, a expectativa é que a comercialização fique na mesma média.
Grande parte das frutas vendidas em Londrina e região vem do entreposto da capital paulista, onde chegam produtos de 1.300 municípios brasileiros e de outros 12 países. As frutas mais consumidas em janeiro, segundo a Ceagesp, são as que oferecem sabor refrescante e que possuem alto percentual de suco como abacaxi, melancia, coco verde, uva, pêssego, melão, laranja e maracujá.
Algumas dessas entram também na preferência dos consumidores por apresentar melhor preço nesta época, a exemplo do melão, da uva, do pêssego, da nectarina, do limão, entre outras. Carmem Pantarotto, feirante há 20 anos, diz que tem boa aceitação o melão pele de sapo, que custa R$ 2,30 o quilo (na feira), preço equivalente ao popular melão amarelo. ‘‘Às vezes trago o amarelo e às vezes este, que o pessoal tem gostado bastante’’, diz ela, referindo-se à fruta de casca verde e amarela, com polpa doce e cor clara.
Além das frutas que quase nunca faltam (laranja, maçã, manga, melão, mamão, banana), a feirante destaca algumas opções que entram em cena conforme a época. A evidência desta semana na banca da feirante é a pera japonesa (R$ 3,50 o quilo), que é uma alternativa à pera argentina, muito cara atualmente. ‘‘Até poucos dias atrás tínhamos a lichia, que agora deu lugar à pera japonesa, que é bem doce e suculenta. Você abre e está pingando água’’, afirma Carmem.
A comerciante Marina Onishi, da Casa Onishi e Soyano, informa que o caqui está em início de safra e já começa a aparecer nas prateleiras. Ela oferece as variedades mole e chocolate, ambas por R$ 8 o quilo, mas diz que o preço tende a baixar.
‘‘Muitas pessoas não conhecem o caqui mole, que é uma fruta maravilhosa, doce e macia. Também têm dúvida sobre o caqui chocolate, que é escuro dentro só nas primeiras colheitas. Depois, tem que ser curtido para ser consumido, caso contrário, fica amarrento’’, explica Marina.
Segundo a comerciante, que trabalha com frutas selecionadas e, portanto, com preços mais altos, muitos consumidores têm dificuldade de entender as variações de valores do mercado. ‘‘O Brasil hoje produz fruta o ano inteiro. Só que, para obter qualidade, às vezes precisamos buscar variedades em diversas regiões do país. Isso encarece’’.
Um exemplo são as uvas itália e benitaka que a comerciante vende por R$ 9 o quilo, enquanto as mesmas variedades podem ser encontradas no supermercado por uma média de R$ 3,50. Marina diz a diferença está na qualidade do produto. ‘‘Vendemos para um público que não abre mão da qualidade, a começar pela forma como embalamos o produto (em bandeja e com papel filme), o que evita que o consumidor tenha perda’’, afirma.
Veículo: Folha de Londrina - PR