Shopping cresce até 10% com aumento na oferta de serviços

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A área destinada à prestação de serviços dentro dos shopping centers começa a tomar espaço do varejo, tanto que algumas bandeiras da multinacional portuguesa Sonae Sierra Brasil, uma das maiores administradoras que atuam no País, vislumbram ampliar em 10% o número de lojas com este perfil de atendimento. Em outras holdings como a Organizações PaulOOctavio, o número de lojas deste gênero já dobrou nos últimos dois anos, quando foi criado um novo espaço para as operações de serviços.

 

Os serviços de lavanderias, bancos e cyber cafés são os que mais têm crescido no Brasília Shopping, cuja administração é dividida entre a Fundação dos Economiários Federais (Funcef) e o grupo PaulOOctavio. Por estar localizado ao lado do setor hoteleiro de Brasília (DF), a presença destes estabelecimentos foi reforçada há dois anos com o objetivo de atrair turistas e fidelizar o público frequentador.

 

De acordo com o superintendente do complexo, Geraldo Mello, "nos preocupamos em ampliar o número de lojas e área destinada para os serviços, tanto que elas representam cerca de 5% da receita mensal, fora o faturamento da casa de câmbio e dos bancos existentes no local", detalhou. Atualmente, o shopping possui 160 pontos-de-venda, sendo que 33 deles são de serviços.

 

O responsável pelo Brasília Shopping afirma que, apesar de os espaços estarem 100% locados, a administração está sempre à procura de novas lojas, pesquisando se há necessidade de trazer uma nova operação para completar o mix. "Percebemos que muitas pessoas que estão no shopping vêm pelos serviços e acabam consumindo. É no horário do almoço que elas querem resolver tudo", diz.

 

Com um fluxo mensal médio de 850 mil clientes, o centro de compras também procura oferecer serviços diferenciados, como bicicletário e um guarda-volume, instalando para guardar as malas dos frequentadores. Este ano, Mello quer atingir alta de 8% no faturamento ante 2008, sendo que até o momento não foi sentido nenhum impacto da crise financeira.

 

Expansão

 

A Sonae Sierra Brasil, sócia da norte-americana Developers Diversified Realty (DDR) no País, com nove empreendimentos - com outros quatro em fase de projeto ou construção - vê nos complexos Boavista Shopping, Shopping Campo Limpo e Shopping Penha os principais canais para deslanchar a presença do setor de serviços em seus malls, distribuídos em São Paulo, Distrito Federal, Amazonas, Goiás, Minas Gerais e Paraná.

 

Inaugurado há cinco anos, o Boavista, na zona sul paulistana, é composto por 160 lojas, sendo 10% delas são voltadas para atender o público com a prestação de serviços. A meta do executivo responsável pelo empreendimento é inaugurar mais seis lojas na área exclusiva de serviços para obter ocupação de 100%. Nela está localizada uma unidade do Supermercados Sonda. O superintendente Nelson Bueno Camargo conta que "o empreendimento está em negociação com empresas que prestam serviços de podologia e conserto de telefones celulares." A previsão de crescimento para este ano é de 18%.

 

No Campo Limpo, a maior parte dos serviços também concentra-se em um único piso, onde está instalada uma loja da rede CompreBem(Grupo Pão de Açúcar) de supermercados. Das 130 lojas do centro de compras, 13,8% são voltadas para a prestação de serviços como lavanderia, videolocadora, lotérica e consultório odontológico. Segundo a administração, até o momento, a taxa de vacância nesta alameda é zero. Em outro complexo, o Shopping Penha, formado por 220 estabelecimentos - 22 deles de serviços - ganhará em breve mais uma agência de viagens, que vai compor os 10% de unidades destinadas ao setor no mall.

 

Negociação

 

Igualmente ao Shopping Center Iguatemi São Paulo, o Shopping Center Norte foi um dos precursores na disponibilização diversos serviços no estado. Prestes a completar 25 anos, o complexo pertencente à família Baumgart, negocia uma área antes ocupada pelo Cinema Haway. A gerente de Marketing, Gabriela Baumgart, não revela qual será o destino do local, mas diz que 30% dos 475 estabelecimentos que funcionam no shopping são exclusivos da área de serviços, sem engloblar as lojas de alimentação (fast food).

 

"Damos muita importância a estas operações, pois simplificam as demandas dos clientes. Também modernizamos a área de acordo com as necessidades do público", afirma a gerente. Ela destaca que até as varejistas estão investindo em serviços, como a Fast Shop, que vende seguros e faz instalação e manutenção.

 

Especializado

 

No Rio de Janeiro, o Marapendi Shopping, instalado na Barra da Tijuca, prevê ampliar o número de redes voltadas para o setor em até 30% este ano. Diferente de outros, o mall é focado na oferta de serviços e tem como âncoras a Caixa Econômica Federal, Centro de Gastronomia do Senac, o Colégio Saint John e Centro de Reabilitação e Fisioterapia da CAARJ.

 

Veículo: DCI


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