Após o aguardado lançamento da loja virtual da Casas Bahia, agora só falta o Carrefour estrear na internet entre as grandes cadeias de varejo instaladas no Brasil. A multinacional francesa, que possui uma forte operação de comércio eletrônico na Europa, começou a vender passagens em seu site no Brasil, mas o projeto de transforma-lo em uma loja virtual ainda não saiu do papel. "Faz parte dos planos do Carrefour ampliar em breve sua atuação no Brasil por meio de uma operação de e-commerce", informou a empresa, por e-mail.
Na avaliação de Altair Rossato, sócio da empresa de consultoria Deloitte Touche Tohmatsu, a entrada do Carrefour no varejo on-line é uma questão de tempo. "É impensável para uma varejista não ter uma operação de internet", diz o consultor. Segundo ele, um dos temas prediletos e que foi debatido durante a National Retail Federation, a maior conferência mundial do setor, em janeiro, foi o varejo multicanal, ou a tendência de diversificação dos canais de venda.
A multinacional americana Wal-Mart também resistia à ideia de investir no comércio eletrônico no mercado brasileiro. A varejista, porém, adiantou-se ao Carrefour e lançou sua operação de internet no Brasil em outubro do ano passado. Segundo o Wal-Mart, as vendas do site brasileiro superaram em duas vezes as expectativas nos três meses de operação.
Ao contrário das duas multinacionais - e da Casas Bahia - , as cadeias brasileiras, como o Grupo Pão de Açúcar, Lojas Americanas, Ponto Frio e Magazine Luiza, embarcaram rapidamente no comércio eletrônico, logo no início da febre da internet, há cerca de dez anos. Com essa estratégia, essas varejistas locais assumiram a liderança do varejo on-line, o que torna agora a disputa mais difícil para os estreantes.
Maior rede de eletrônicos do país, a Casas Bahia precisará se esforçar para conquistar uma posição semelhante no comércio eletrônico. Segundo fontes do setor, o fato de o consumidor ter de voltar à loja para pagar a prestação sempre foi considerado um aspecto estratégico pelos controladores da Casa Bahia, o que explica a longa resistência da empresa em investir na operação de internet. Ao retornar à loja, o cliente sente-se tentado a realizar uma nova compra.
As vendas da pontocom do Extra, do Grupo Pão de Açúcar, cresceram 160% no ano passado em relação a 2007. Até 2010, o grupo planeja investir R$ 40 milhões na operação virtual, principalmente para reduzir o tempo de entrega dos pedidos.
Veículo: Valor Econômico