Sanofi-Aventis imita Pfizer e vai atrás de grandes aquisições

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A companhia farmacêutica francesa Sanofi-Aventis está se preparando para importantes aquisições visando expandir e diversificar as operações sob seu novo executivo-chefe.

 

Na esteira da aquisição da Wyeth pela Pfizer, ambas companhias americanas, por US$ 68 bilhões, na semana passada, a Sanofi-Aventis manteve conversações com executivos do setor financeiro sobre possíveis acordos de fusões ou aquisições. 

 

A iniciativa deverá assinalar a mais recente onda em um surto de consolidação no setor, num momento em que o vigor financeiro de curto prazo de algumas companhias de maior porte proporciona oportunidades para corrigir problemas estruturais de longo prazo, como a falta de novos medicamentos. 

 

Numa apresentação interna na sexta-feira passada - antes de sua primeira declaração pública, por ocasião da apresentação dos resultados da companhia para o ano passado, previsto para a semana que vem -, Chris Viehbacher, executivo-chefe da Sanofi-Aventis, indicou estar interessado em aquisições para expandir e diversificar suas operações. 

 

Viehbacher, que foi contratado no segundo semestre do ano passado pela Sanofi-Aventis, quando estava na inglesa GlaxoSmithKline (GSK), está profundamente interessado em imprimir sua marca com uma versão similar, porém ainda mais ousada, da estratégia adotada por Andrew Witty, que o venceu na disputa pelo cargo máximo na Glaxo em fins de 2007. 

 

O banco UBS estima que a Sanofi-Aventis poderia captar recursos na faixa de ? 17 bilhões a ? 20 bilhões (entre US$ 21 bilhões a US$ 25 bilhões). A companhia anunciou para o terceiro trimestre uma geração de fluxo de caixa de ? 1,9 bilhão diante de uma situação de queda no endividamento. 

 

A Bristol Myers Squibb, com a qual a Sanofi-Aventis controla em conjunto os direitos do Plavix - um medicamento anticoagulante que é sucesso de vendas -, e com a qual havia considerado uma fusão, é agora uma opção de compra, ao passo que outros alvos nos Estados Unidos discutidos por analistas são a Amgen e a Biogen Idec. 

 

Mas existem diversas empresas de nicho nas quais a Sanofi-Aventis poderia assumir uma participação, entre elas a Actavis, Ratiopharm, colocada recentemente à venda, e a Crucell. 

 

Algumas grandes companhias farmacêuticas estão se abstendo de iniciar negócios enquanto esperavam as decisões da Pfizer, por temer que pudessem ser atraídas para uma dispendiosa guerra de propostas. 

 

Tendo em vista que a Pfizer está com seu tempo e dinheiro dedicado à Wyeth, a farmacêutica suíça Roche recentemente lançou oferta hostil de aquisição da Genentech por US$ 42 bilhões, e que outras grandes companhias como a suíça Novartis, a americana Eli Lilly e anglo-sueca AstraZeneca já absorvendo aquisições, a disputa entre rivais repentinamente ficou mais estreita. 

 

Entre outras companhias capazes de realizar negócios maiores estão as americanas Merck e a Johnson & Johnson, além da GSK, embora muitos investidores estejam céticos quanto aos retornos obtidos nas rodadas anteriores de "megafusões" durante a década passada, tendo havido mais valor gerado via negócios envolvendo empresas de nicho. 

 

As companhias europeias podem estar mais bem posicionadas para pagar em dinheiro a compra de outras companhias sem ter de arcar com os pesados impostos sobre as companhias americanas que repatriam dinheiro mantido no exterior - um fator que incrementou substancialmente a alíquota tributária da Pfizer após pagar pela compra da Wyeth. 

 

Veículo: Valor Econômico


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