Souza Cruz aposta em segmento premium e marcas internacionais

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Em meio a um mercado em queda, a Souza Cruz busca alternativas para manter a rentabilidade de seu negócio, com uma estratégia que tem se mostrado positiva até agora. Na tentativa de melhorar o mix e alinhar seu portfólio à cesta de produtos de sua controladora, a British American Tobacco (BAT), a companhia inseriu ao longo do segundo semestre do ano passado as marcar Dunhill e Vogue no Brasil.

 

De acordo com o diretor financeiro da Souza Cruz, Luis Rapparini, o objetivo com a iniciativa é preparar o portfólio da companhia para fazer frente à globalização. "É um movimento que já vem acontecendo em diversos outros segmentos, os consumidores viajam cada vez mais e passam a conhecer outras marcas internacionais", diz, ressaltando que a unificação do portfólio traz maior valor agregado para os consumidores e para a empresa.

 

A Vogue é, segundo a Souza Cruz, uma das marcas que mais cresce globalmente, comercializada em cerca de 50 países. O produto, que possui design diferenciado e qualidade especial de fumo e filtro, disputa o segmento "super premium". É um dos mais caros, dentro do portfólio da companhia, com um custo de R$ 5 o maço. "Vai indo muito bem no mercado", garante Rapparini, sem citar números.

 

Já a marca Dunhill, comercializada em mais de 100 países, entrou por meio de um projeto piloto intitulado "Dunhill by Carlton" que visa fundir as duas marcas. A partir do segundo semestre do ano passado, as embalagens da marca brasileira passaram a vir grafada com um "by Dunhill" em fonte pequena, cinza, abaixo do "Carlton", com letras longas, vermelhas. Agora o que se encontra no mercado é o Dunhill em vermelho e o Carlton menor, em cinza. "Neste momento estamos avaliando a receptividade da Dunhill pelo consumidor brasileiro. É ele quem vai julgar se podemos manter a fusão como se vê hoje", disse, sem descartar a possibilidade de exclusão da marca Carlton. No ano passado, a Carlton teve um crescimento de 2,1% nas vendas, alcançando 7,1% de participação no mercado nacional.

 

Além das duas marcas, a Souza Cruz também possui a marca internacional Lucky Strike, que cresceu 19,3% em 2008. Rapparini não informou se a empresa pretende trazer novas marcas. Anteriormente a Souza Cruz já trouxe para o País as marcas Pall Mall e Kent, mas a iniciativa não foi bem sucedida. "Para 2009 o foco vai ser continuar nos esforços por trás das marcas premium", afirma o diretor financeiro. "Nesse momento há incerteza na economia, mas acreditamos que será passageiro".

 

As vendas da companhia mantiveram bom desempenho em 2008 e a companhia fechou o ano com 1,2 ponto percentual de participação de mercado a mais, ou 62,1%. A maior comercialização de marcas premium, associado a um aumento no preço do maço, garantiram um crescimento de 9,4% da receita líquida, para R$ 5,3 bilhões, apesar do volume comercializado ter caído 9,9%, para 78,6 bilhões de cigarros. O mercado brasileiro de cigarros caiu 2,3%, para 126,5 bilhões de cigarros. O lucro líquido da companhia subiu 20,9%, para R$ 1,25 bilhão. O Ebitda subiu 21,6%, para R$ 1,74 bilhão.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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