A Nestlé e a Arno lançaram máquina que funciona com exclusivo sistema de cápsulas, capaz de preparar cafés expressos, cappuccinos, além de bebidas à base de leite, inaugurando segmento para o mercado de bebidas para café no Brasil. Trata-se do Nescafé Dolce Gusto, apresentado nesta quinta-feira pela empresa suíça e sua parceira, que é controlada pelo grupo de origem francesa SEB.
A Arno encarregou-se de fornecer a máquina e a Nestlé venderá as cápsulas das bebidas. As duas empresas apostam na proposta inovadora que o sistema oferece ao consumidor, o de poder produzir em casa bebidas que atuamente só podem ser consumidas em cafeterias.
Segundo o presidente da Nestlé, Ivan Zurita, o grupo observou nos últimos anos crescimento das lojas de cafeterias no Brasil, com grande número de players atuando no segmento de máquinas de café expressos.
Inovação. "Esse universo de máquinas de expresso vem se desenvolvendo rapidamente no Brasil, mas o nosso produto é inovador e vai atuar em segmento novo, ao levar a experiência das cafererias para dentro da casa do consumidor brasileiro. É novo negócio que deverá alavancar as vendas da empresa e criar novos empregos voltados para sua distribuição", disse ele.
O sistema foi lançado na Inglaterra em 2006 e já é vendido em outros países da Europa, além dos Estados Unidos, Japão e, mais recentemente, no México.
O Brasil é o primeiro país da América do Sul a receber o produto e a expectativa da Nestlé é alcançar faturamento de R$ 200 milhões com as vendas das cápsulas nos próximos três anos. Já a Arno, prevê um faturamento de R$ 40 milhões no mesmo período.
Tanto a máquina quanto as cápsulas não serão fabricados no Brasil num primeiro momento. As cápsulas são importadas da Inglaterra e as máquinas da China. Foram gastos cerca de R$ 80 milhões para o lançamento do sistema no Brasil que, inicialmente, será oferecido no estado de São Paulo e na região Sul do País.
O presidente da Nestlé informou que projeto para o Dolce Gusto vinha sendo preparado há cerca de dois anos e o agravamento da crise internacional não alterou o planejamento.
"Este projeto estava aprovado antes da crise e mantivemos nosso plano intacto após setembro. No entanto optamos por acelerar o projeto visando uma maior penetração do produto junto ao consumidor", disse Zurita.
Preço mantido Ele afirmou que a desvalorização cambial, que poderia ser um dos principais impactos da crise sobre o novo projeto, não fez a empresa alterar os preços que seriam sugeridos na ocasião do lançamento do sistema. A máquina deverá custar ao consumidor R$ 599 e a caixa das cápsulas (com 16 unidades) a R$ 23,99. "Optamos por aumentar a velocidade de compra por parte do consumidor", afirmou.
O executivo não informou o faturamento da Nestlé em 2008, no entanto disse que a crise não foi sentida pela empresa no ano passado. Segundo Zurita, no Brasil, a palavra crise faz parte do currículo. Ele disse que a diferença dessa vez é que se trata de crise mundial e todos tomam decisões ao mesmo tempo.
"Com esta crise fomos obrigados a tomar decisões mais rápidas. A empresa continua focada no crescimento. A Nestlé precisa crescer, em média, o dobro do PIB e nosso projeto de expanção continua baseado em projetos de inovação, na distribuição horizontal e em aquisições, quando surgirem oportunidades", disse. Segundo ele, em janeiro último, as vendas da empresa não sofreram queda.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ