Empresas precisam aprender a utilizar corretamente a ferramenta
Muito mais que um perfil na internet, a presença no Facebook tem se mostrado uma potente arma para a atração e fidelização de clientes. Convencidos de que a rede social pode aproximar sua marca do público, empresários dos mais diferentes segmentos embarcaram nessa plataforma. Mas para colher frutos da rede social não basta apenas uma logomarca bonita, é preciso estratégias bem planejadas e publicações que vão além da propaganda institucional.
De acordo com o CEO da agência publicitária Isso é.com, Alex Villaverde, o Facebook é uma das principais redes onde as pessoas se conectam hoje, o que não dá muitas alternativas ao empresário: ele tem que estar lá. O CEO afirma que ainda há organizações que temem a exposição da marca em uma rede aberta, onde qualquer um pode comentar ou reclamar. Mas ele destaca que essa é uma lógica equivocada. "Se um internauta reclamar, o empresário só precisa respondê-lo e trabalhar para melhorar. melhor ter esse retorno pela internet do que não saber onde estão os problemas de sua marca", destaca.
Ele explica que a rede social pode ser usada tanto para relacionamento com o cliente quanto para venda. Nesse último caso, a conexão é mais fácil para as empresas que têm e-commerce. O CEO destaca que o Facebook também é uma ferramenta muito rica para marketing, pois permite a segmentação do público, o que evita o desgaste da marca com consumidores que não têm interesse naquele determinado produto. " uma mídia mais inteligente, pois limita a exibição somente a quem está interessado, sem incomodar os demais", diz.
Villaverde afirma que, antes de construir um perfil na rede social, o empresário precisa definir qual é o seu objetivo com essa mídia. Ele destaca que uma página que só tem a logomarca da empresa, mas não gera conteúdo para os seus seguidores, produz propaganda negativa para a organização. "Não é só porque o Facebook está na moda que a empresa deve entrar. Ela tem que saber o que quer ali, seja vender, comunicar ou gerar conteúdo relevante", alerta.
Definido o objetivo, o próximo passo, segundo o CEO, é produzir conteúdo. Mas ele frisa que a marca não pode se limitar a publicar propagandas, pois isso torna seu perfil cansativo e não desperta interesse no seguidor. A ideia é gerar informação de qualidade como dicas e curiosidades que tenham a ver com o setor em que a empresa está inserida. "O ideal é que a cada sete postagens de conteúdo relevante a empresa publique três propagandas de seus produtos ou serviços", diz.
Por fim, Villaverde destaca a importância de o empresário analisar a movimentação de seu perfil. Ele explica que o processo é parecido com o lançamento de um protótipo no mercado: é preciso sentir como os consumidores estão recebendo e fazer adaptações de acordo com a reação. Ele afirma que o empresário deve avaliar se os seguidores estão curtindo ou compartilhando as publicações e qual o alcance do conteúdo publicado. " como vender: a empresa percebe o que o público quer e vai direcionando a sua atuação", afirma.
O Andante ganha fãs e aumenta as vendas
A produtora mineira de cachaça O Andante é um exemplo de marca que tem conseguido bons resultados com o Facebook. O sócio Magno Carmo Neto afirma que a empresa está na mídia social desde que foi fundada, há três anos, e o principal objetivo é a interação com os clientes. Atualmente, a marca tem mais de 8 mil seguidores e registra cerca de 4 mil a 5 mil curtidas por semana em suas publicações. De acordo com Carmo Neto, além de fortalecer a marca, a rede social gera vendas para a empresa: cerca de 10% a 15% das compras no e-commerce são de clientes que vieram pelo Facebook.
Segundo o sócio, as publicações da O Andante normalmente são bem humoradas e fazem alusão ao lazer e ao prazer de tomar cachaça. Além disso, a página traz sugestões e receitas de drinks que podem ser feitos a partir da cachaça, conteúdo que normalmente gera muitas curtidas. A marca também usa o espaço para divulgar lançamentos, novidades, promoções e outras informações sobre o universo da cachaça que possam interessar os seguidores.
"A ideia é não saturar o consumidor com um assunto só, senão fica enfadonho e ele perde o interesse por nossa página", afirma o sócio. Ele afirma que a empresa desenvolveu um e-book com receitas de 69 drinks feitos com cachaça, que pode ser baixado na rede social. Além disso, a página tem botões que direcionam o internauta para o e-commerce da marca. A expectativa do sócio é chegar ao fim de 2015 com 20 mil seguidores.
Localizada no bairro Sion, na região Centro-Sul da Capital, a agência de intercâmbios World Study também investe na rede social com o intuito de se relacionar com seu público-alvo. A empresa existe há 16 anos em Belo Horizonte e está presente no Facebook há cerca de três anos. O diretor Paulo Silva afirma que inicialmente a marca usava pouco o espaço, publicando apenas conteúdos sobre o segmento. Mas, há seis meses, ele resolveu investir mais na ferramenta, usando-a também como um canal de promoções e descontos.
"Continuamos fazendo posts com conteúdos sobre o segmento, como fotos dos viajantes e dicas de destinos. Mas agora também estamos lançando ofertas com descontos, benefícios para os seguidores e diversas promoções", diz. Silva afirma que a empresa investe R$ 9 mil mensais na ferramenta, tanto com o pagamento da agência que administra a rede quanto com anúncios na plataforma. Ele não tem dúvida de que o aporte é compensatório. "Cerca de 8% a 11% do acesso no nosso site vêm do Facebook, mas o benefício não tem a ver apenas com a venda. A rede social ajuda muito na exposição da marca, o que gera valor agregado para a empresa", analisa.
Veículo: Diário do Comércio - MG