As receitas com as exportações de soja em grão, farelo e óleo do Brasil foram revisadas e agora vão atingir um recorde de US$ 31,196 bilhões em 2014, superando a marca histórica do ano passado, quando os preços estiveram nos maiores patamares já vistos, mostraram ontem dados da Abiove, a associação da indústria.
A estimativa do mês anterior da Abiove era de que as exportações desses produtos atingiriam US$ 30,75 bilhões neste ano, ainda abaixo dos US$ 30,965 bilhões de 2013. Os valores da exportação do complexo soja vão superar o total das exportações de minério de ferro, o principal produto da pauta de vendas externas do Brasil.
A soja em grão (segundo principal produto comercializado pelo país) deve ficar com embarques levemente abaixo do minério, afetado por preços baixos neste ano. Os números maiores da Abiove se devem a uma revisão nas estimativas de volumes embarcados de farelo e óleo de soja, além de um ajuste no preço de exportação de farelo, disse o secretário-geral da Abiove, Fábio Trigueirinho.
"Verificamos um pouco mais de processamento de soja, e isso permitiu elevar as exportações dos subprodutos", disse Trigueirinho, lembrando que os volumes embarcados de soja em grão, ainda que recordes, ficaram ligeiramente abaixo das previsões.
Estratégia certa
Segundo Trigueirinho, o Brasil teve uma estratégia acertada neste ano de embarcar grandes volumes até setembro, antes da entrada da safra dos Estados Unidos pressionar os preços internacionais. Assim, disse o secretário-geral, os preços de soja e derivados exportados em 2014 ainda ficaram na média em níveis bastante bons, embora abaixo dos recordes de 2013.
Para 2015, esse cenário vai mudar, uma vez que safras recordes este ano, no Brasil e nos Estados Unidos, e projeção de novo recorde na colheita brasileira no ano que vem fizeram as cotações despencarem. A Abiove deixou praticamente estável a projeção de exportações em 2015, apontando que o complexo soja deverá render ao país US$ 23,265 bilhões, queda de mais de 25% ante 2014.
Veículo: DCI