Transgênicos ocupam 91,7% da área

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Cresce uso de sementes geneticamente modificadas em Minas, aponta levantamento da Celeres

 



A maior produtividade e resistência às principais pragas que acometem as culturas do milho, algodão e soja têm incentivado os produtores de Minas Gerais a investir no plantio de sementes geneticamente modificadas. O índice de adoção da biotecnologia no Estado foi estimado em 91,7% da área total destinada à produção dos grãos na safra 2014/2015, número que, se confirmado, representará crescimento de 1,8 ponto percentual em relação ao período produtivo anterior. Os dados fazem parte do segundo levantamento de adoção de biotecnologia na safra 2014/15, elaborado pela Céleres.

A tecnologia empregada nas sementes transgênicas leva em torno de dez anos para ser desenvolvida. Por isso, é indicada a adoção da área de refúgio, que deve ser cultivada com eventos de tecnologia diferenciada à utilizada na maior área de produção. Somente assim, será possível preservar o potencial dos exemplares.

De acordo com o analista de agronegócio da Céleres, Jorge Attie, a tendência para as próximas safras é que o uso de sementes transgênicas fiquem próximos aos patamares atuais.

"A economia de custo e a tranqüilidade no manejo de pragas são fatores fundamentais para estimular o uso de sementes modificadas. O que observamos é um contínuo aumento na adoção, mesmo que em pequena escala. Estamos chegando ao teto do uso, não teremos como ampliar mais porque sempre existirá produtores utilizando as sementes com tecnologia convencional, seja para a produção ou para rotação de tecnologia e até mesmo para as áreas de refugio".

Em Minas Gerais, o uso de sementes geneticamente modificadas cresceu 1,8 ponto percentual da safra 2013/14 para 2014/15, saindo de uma índice de 89,9% de adoção para 91,7% na safra atual. Neste ano safra, foram semeados com sementes transgênicas cerca de 2,39 milhões de hectares, de um total de 2,61 milhões. Na safra anterior, o espaço ocupado pelas cultivares modificadas era de 2,05 milhões de hectares.

O maior índice do uso de transgênico no Estado é observado na produção de soja. Dos 1,38 milhão de hectares, 1,29 milhão foram semeados com as sementes modificadas, o que representa uma adoção de 93,7%. O evento mais utilizado é o tolerante a herbicidas, que responde por 74,4% da área total cultivada. As sementes de dupla aptidão, tolerantes a herbicidas e a insetos, respondem por 19,2%.


Milho -
No caso do milho primeira safra, o índice de adoção de biotecnologia chega a 90,3% da área total utilizada em Minas Gerais. Ao todo, foram destinadas ao plantio do cereal 1,02 milhão de hectares e deste total 920 mil hectares foram semeados com exemplares geneticamente modificados. As cultivares com tecnologia combinada respondem 58,3% do total, seguida pelas resistentes a insetos, com taxa de adoção de 28,6%, e as tolerantes somente a herbicidas, respondendo por 3,4%.

Segundo Attie, produtores do cereal têm relatado falhas das semente em relação ao controle de lagartas. Mas as indústrias já estão testando a eficácia da tecnologia. "O milho geneticamente modificado tem produtividade maior por ser mais resistente, o que atrai cada vez mais a atenção dos produtores. Um dos motivos que pode interferir na eficácia das sementes é a falta da área de refúgio, o que acontece na maioria das propriedades.  preciso investir em campanhas para divulgar a importância do refúgio para que a tecnologia não seja rapidamente perdida".

Caso os estudos comprovem a redução da eficiência das sementes transgênicas de milho, a tecnologia que levou dez anos para chegar ao mercado, apresentará uma vida produtiva de apenas três anos. "Mas muitos fatores ainda precisam ser investigados cientificamente para avaliar se houve ou não o comprometimento ou se foi, por exemplo, uma infestação significativa de lagartas".



Veículo: Diário do Comércio - MG


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