A atividade industrial paulista recuou 5,9% no ano passado ante 2013, resultado que só não foi pior do que o de 2009, quando houve retração de 9,3%, divulgou ontem a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
Para o diretor de economia da Fiesp, Paulo Francini, a trajetória do último trimestre agravou a já debilitada situação do setor manufatureiro. "O que já era ruim ficou um pouco pior", afirmou ele. Segundo o levantamento da Fiesp, a variável do índice que teve a maior redução em 2014 foi a de horas trabalhadas na produção, com declínio de 6,6%. Francini afirmou que as "horas trabalhadas pode sofrer interferências mais complexas que não resultem em baixa produção, como o aumento da produtividade, ou seja, o uso das mesmas horas para fabricar mais produtos".
O resultado apurado pelo INA foi pior do que estimava o economista, que previa queda de 5,4% para o ano. Francini avaliou, em nota, que o desempenho negativo da indústria está associado ao baixo crescimento econômico do País. "Espera-se evolução do PIB de 2014 próxima de zero. Quando um PIB cresce, e cresce vigoroso, é porque a indústria está crescendo; quando se tem um PIB zero, a indústria vai ter um resultado negativo".
Em dezembro, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) - com ajuste sazonal - ficou em 79,6% ante os 80,8% de um ano antes.
Já a confiança dos empresários ficou em 47,7 pontos na pesquisa Sensor de janeiro, ante 45,9 pontos em dezembro. Para Francini, 2015 não deve ter um começo de ano "brilhante" por conta dos ajustes que serão feitos e dos juros em alta. "Com os fantasmas da crise hídrica e energética voando, é difícil ver algo positivo", ressalta./Estadão Conteúdo
Veículo: DCI