Depois de perder a liderança para a China em 2009, os Estados Unidos poderão voltar a ser o principal destino das exportações brasileiras em poucos anos, segundo analistas
Esse cenário será o resultado do coquetel que une queda no preço das commodities, crescimento da economia americana, perda de fôlego da locomotiva chinesa e desvalorização do real. Em janeiro, os embarques para os EUA já superaram os destinados ao país asiático, que recuaram 35%.
Se o resultado do mês passado se repetir ao longo do ano, os Estados Unidos poderão fechar 2015 à frente da China. Mas o provável é que isso ocorra dentro de dois a quatro anos, projeta Diane Santos, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).
No ano passado, os EUA superaram a Argentina e se tornaram o principal destino de exportações de produtos manufaturados do Brasil, com embarques de US$ 15,1 bilhões. Com a recuperação da economia americana e a queda do real no Brasil, esse movimento deve se acelerar em 2015. A previsão de Santos é que a exportação de produtos industriais para os EUA cresçam 6,8% neste ano.
Enquanto vendas para a China são dominadas por produtos básicos, os embarques para os Estados Unidos têm maior participação de bens manufaturados e semimanufaturados. Além de representarem maior valor agregado no mercado doméstico, as exportações industriais estão menos sujeitas às oscilação de preços internacionais que afetam o valor das commodities.
Soja, minério de ferro e petróleo representaram 80% das vendas brasileiras à China no ano passado. Os produtos manufaturados responderam por 54% dos embarques para os Estados Unidos no mesmo período, mostram dados da Funcex. /Estadão Conteúdo
Veículo: DCI