Apesar do crescimento de dois dígitos que a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) comemorou em 2008, o saldo da balança comercial do setor preocupa muito a entidade. De acordo com os números apresentados, o resultado foi negativo em US$ 22,1 bilhões, mesmo com o crescimento de 6% das exportações no ano passado. Um dos pontos que favorecem esse índice é a importação de componentes eletrônicos que são comprados da Ásia, cuja variação apresentou aumento de 31% em relação a 2007, totalizando m valor de cerca de US$ 18 bilhões.
Esse resultado poderia ser muito pior se houvesse um controle mais efetivo das importações de produtos ilegais. Segundo um levantamento do Instituto Brasil Legal (IBL), o mercado informal apresentou crescimento e estima que esta modalidade deva responder por 35% das vendas de equipamentos eletroeletrônicos.
Um dos maiores problemas está na importação de notebooks, justamente o produto que teve maior crescimento de vendas no mercado legal, com 125%. O IBL diz que apenas um quinto das vendas desses importados entram no País com o devido recolhimento de impostos, o que deixa a maioria desses produtos com preços 20% mais baixos que os nacionais, quando, na verdade, deveriam estar 57% mais caros.
Para Barbato, da Abinee, a indústria não tem como competir contra esses equipamentos ilegais em função dos custos com mão de obra que no Brasil são altos pelos encargos trabalhistas. Uma das formas que as duas entidades visam é o fortalecimento do controle de entrada desses produtos no Brasil. "O que atrai os consumidores é o preço e não temos como competir com os importados ilegais" , admitiu.
Veículo: DCI