Alta imprevista do café ameaça empresas que apostaram em queda

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Uma alta inesperada do café, desencadeada pela redução da oferta, ameaça as norte-americanas Starbucks, Kraft Foods e fundos de hedge que apostaram numa queda. A demanda deverá ultrapassar a oferta em 8 milhões de sacas em 2010, disse a Organização Internacional do Café (OIC). Segundo o Goldman Sachs, os contratos futuros de arábica deverão dar um salto de 25% este ano com a redução da safra do Brasil e da Colômbia, dois dos principais produtores. "Prevemos a alta dos preços do café em 2009", disse Sandra Bachofer, co-gestora de US$ 1,2 bilhão no suíço Tiberius Group. "Nossa projeção é de que o café será uma das commodities mais promissoras de 2009."

 

A previsão de uma recuperação mostra o que acontece quando mercados futuros, impulsionados por especuladores, colidem com a relação oferta/demanda do mundo real. A alta, se concretizada, puxará para cima os custos da Starbucks e da Maxwell House, controlada pela Kraft Foods, ao mesmo tempo que enriquecerá os países produtores e aumentará a receita das exportações de nações como Vietnã e Brasil.

 

Judith Ganes-Chase, ex-analista da Merrill Lynch e que dirige uma consultoria em Nova York, disse que o café poderá subir até 52%, para US$ 1,70, até 30 de junho. O Morgan Stanley prevê uma média de US$ 1,41 a libra-peso no ano-safra que começa a 1º de outubro, e o Goldman Sachs projeta uma cotação de US$ 1,40 a libra-peso para os próximos 12 meses.

 

A Starbucks, maior rede mundial de cafeterias, disse que prevê que os custos "desfavoráveis" com café no ano a encerrar-se a 30 de setembro vão corroer as vantagens da queda dos preços dos laticínios. A empresa informou que seu custo sobre as vendas do primeiro trimestre subiu 2,9 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado, em parte devido à alta dos gastos com café. Já a Kraft, a segunda maior empresa de alimentos do mundo, elevou os preços do café Maxwell House por duas vezes no início de 2008, com a alta do grão, seguida por três reduções.

 

A alta deverá prejudicar os fundos de hedge e outros grandes especuladores, que venderam 19.379 contratos futuros, avaliados em mais de US$ 864 milhões, em dados do último dia 10 de fevereiro, numa aposta de que os preços cairiam, segundo dados da Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, pelas iniciais em inglês).

 

O café caiu 14% no quarto trimestre do ano passado na bolsa ICE. O número de contratos não exercidos, ou pendentes, caiu quase 10%.

 

Uma alta inesperada do café ameaça as norte-americanas Starbucks, Kraft Foods e fundos de hedge que apostaram numa queda. Devem faltar 8 milhões de sacas em 2010.

 

Veículo: DCI


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