Quando o varejo é inteligente

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O mundo está cada vez mais consciente a respeito do meio ambiente e os varejistas não são exceção a essa regra. A grande maioria dos estabelecimentos, desde o mercadinho da esquina até grandes empresas, está utilizando formas mais inteligentes de produção e gerenciamento de processos para se tornarem "verdes". Os principais varejistas internacionais já fizeram promessas públicas de engajamento ambiental. As iniciativas incluem o aumento da oferta de produtos sustentáveis, melhor eficiência energética, eliminação de resíduos e redução na emissão de gases do efeito estufa.

 

Entre as razões que levam os varejistas a focarem em ações "green", podemos destacar a conquista de consumidores mais leais. Recente estudo da NPD Group apontou que mais da metade dos clientes entrevistados se consideram extremamente interessados em produtos "amigos" do meio ambiente, sendo que as mulheres são ainda mais inclinadas a pagar um preço maior por essas mercadorias.

 

A conservação de energia é extremamente importante também do ponto de vista financeiro. Alguns varejistas estão trabalhando para minimizar o uso de eletricidade necessário para o funcionamento do ar condicionado, iluminação e operação de equipamentos em lojas e data centers, o que gera uma economia de milhares de dólares. Supermercados estão monitorando de perto a temperatura e o desperdício de energia em frigoríficos, e outros ambientes refrigerados nas lojas, a fim de garantir que estejam funcionando corretamente. Desta maneira, as empresas são capazes de reduzir o consumo de eletricidade em até 30%.

 

Também já está comprovado que quanto mais sustentável uma cadeia de suprimentos, maior sua eficiência. Companhias de diferentes setores já estão colhendo os benefícios. A General Motors, por exemplo, recentemente reduziu em US$12 milhões os gastos com descarte de lixo ao estabelecer com seus fornecedores um programa de reutilização de contêiners. Para diminuir a emissão de carbono, essas empresas estão utilizando biocombustível e opções híbridas para o transporte de produtos dos armazéns até as lojas. Além de buscar a eficiência energética, uma cadeia de suprimentos sustentável também conecta os produtos aos seus pontos de origem, garante que as práticas logísticas sejam monitoradas e facilita possíveis processos de "recall".

 

Desenvolvendo um sistema de embalagens mais inteligente, os varejistas também ajudam o meio ambiente e ao mesmo tempo economizam dinheiro. O Sam’s Club, por exemplo, remodelou suas embalagens de leite para que mais caixas coubessem em cada caminhão. Com isso, há uma diminuição no uso de combustível e, consequentemente, menor emissão de poluentes. Da mesma forma, engarrafadoras de água estão investindo em garrafas de plástico mais leves, utilizando menos matéria prima. Além disso, muitos supermercados têm incentivado seus clientes a substituírem sacolas de plástico pelas de tecido.

 

É preciso lembrar ainda que as companhias estão sendo pressionadas por governos, investidores, consumidores e até mesmo por seus funcionários para tornar suas operações, produtos e serviços mais socialmente responsáveis. Neste sentido, essas companhias devem funcionar de forma eficiente, especialmente por meio do controle do uso de energia. Utilizar produtos sustentáveis também garante que clientes do varejista confiem, admirem e, de certa forma, contribuam para promover a empresa em que acreditam.

 

A responsabilidade social e a consciência ambiental estão totalmente conectadas à conquista da lealdade dos clientes, ao aumento de renda e ao melhor gerenciamento de custos. É preciso que os varejistas reconheçam iniciativas sociais e ambientais pelo que elas são - negócios inteligentes.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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