Entre as frutas, a alta de 6,08% foi puxada pelo melão japonês, que registrou um aumento de 40,18% em abril
Os itens básicos da alimentação não dão trégua ao bolso do consumidor. O grande vilão do momento é o alho nacional e importado, que teve aumento de 75,29% em abril na comparação com o mês imediatamente anterior, segundo o Índice de Preços da Ceasa Ceará (IPCE), divulgado ontem. O instrumento de pesquisa analisa 64 itens do mercado atacadista de Maracanaú.
O alho foi o principal alimento que puxou a alta no setor de raízes, bulbos e rizomas, que ficou 16,32% mais caro no período. "O Brasil vem reduzindo a sua cultura de alho em estados como Minas Gerais. Isso está aumentando nossas importações e o alho está vindo até da China. Com isso, o custo se torna mais elevado por conta da distância e do frete", afirma analista de mercado da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa-CE), Odálio Girão. A alta de preços no setor também foi puxada pela beterraba, que subiu 34,46%, e pela cenoura, cujo preço registrou avanço de 23,7%.
Retração
A pesquisa identificou no mesmo período uma queda de 7,69% no setor de hortaliças e frutos. A retração foi influenciada pelas desvalorizações do feijão verde (-42,49%), da pimenta de cheiro (-32,42%) e do chuchu (-34,67%).
Também foram registradas altas significativas nesse mesmo segmento, com destaque para o tomate, que teve alta de 74,51%, a abóbora caboclo, com aumento de 9,29%, e o pimentão, cuja valorização foi de 7,83%.
Para o analista de mercado da Ceasa, a elevação ou queda nos preços de hortaliças e frutos nos próximos meses irá depender da quantidade de água disponível para irrigação e colheita. Isso vem sendo prejudicado devido à quantidade de chuvas aquém do esperado.
"Nós estamos esperando uma segunda safra de tomate da região da Ibiapaba. Isso pode trazer equilíbrio ao preço tomate, mas vai depende da quantidade de chuvas que eles armazenarem, usada para plantar novos produtos ou colher", ressalta.
Cesta básica
Assim como hortaliças e frutos, o IPCE da cesta básica também teve retração (-2,13%). Os alimentos que influenciaram esse declínio foram: carne suína (-10,40%), farinha de trigo ( -8,55%), feijão carioquinha (-9,42%), manteiga (-9,55%) e queijo coalho (-7,42%). Os aumentos registrados no setor ficaram por conta da farinha (11,53%), feijão de corda com (9,11%), e açúcar cristal (5,15%).
Frutas
O setor das frutas registrou um aumento de 6,08%. Os vilões foram o melão japonês, com 40,18%; acerola, com 26,17%; a goiaba, com 21,71%; laranja pera, com 13,94%; e a maçã nacional, com 9,75%. No entanto, o segmento também registrou queda na tangerina ( -8,6%) e no coco verde de (-4,10%). No setor folha, flor e haste, o aumento foi de 6,27%. Os alimentos responsáveis pelo avanço foram acelga, com 41,92%; repolho híbrido, com 30,84%; e couve flor, com 12,58%.
Murilo Viana
Repórter
Veículo: Diário do Nordeste