O preço médio do etanol nos postos do Grande ABC subiu menos do que a inflação entre junho do mês passado e este mês, segundo levantamento feito pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). No ano passado, o litro do combustível derivado da cana-de-açúcar custava R$ 1,91, chegando agora a R$ 1,97 – alta de 3,14%. No mesmo período, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulou 8,47%.
Já a gasolina apresentou alta de 9,15% nas seis cidades pesquisadas (Rio Grande da Serra não integra o material) – 0,68 ponto percentual a mais do que a inflação oficial do País. Em junho do ano passado, o valor médio cobrado pelo litro do combustível era de R$ 2,84. Agora, é comercializado na faixa de R$ 3,10.
O presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Grande ABC), Wagner de Souza, relaciona a alta da gasolina em nível superior ao da inflação com o aumento nas alíquotas de impostos para combustíveis fósseis. O decreto que institui as mudanças foi publicado pela presidente Dilma Rousseff (PT) no dia 28 de janeiro. “Já o etanol não é regulado pelo governo. Ou seja, o preço tem as variações de mercado, considerando oferta e demanda. Os períodos de safra e entressafra também exercem influência.”
Em todas as cidades da região que foram pesquisadas pela ANP e considerando o preço médio dos combustíveis em cada uma delas, é mais vantajoso abastecer com etanol. Para verificar qual produto compensa mais, o consumidor deve dividir o preço do etanol pelo da gasolina. Se o resultado for inferior a 0,7, vale a pena optar pelo álcool. Isso porque o rendimento do derivado da cana-de-açúcar representa aproximadamente 70% do desempenho com gasolina.
O aumento da competitividade fez com que aumentasse a procura pelo biocombustível na região. “Há cerca de três meses, cerca de 70% dos clientes abasteciam com gasolina e 30% com etanol. Hoje, a divisão está praticamente igual, com 50% para cada”, diz Souza.
VARIAÇÃO
A diferença entre os preços da gasolina na região é de 20,07%. O litro mais barato encontrado pela pesquisa da ANP custava R$ 2,74, enquanto o mais caro era vendido a R$ 3,29. Já o etanol tem variação de 30,17%, de R$ 1,69 a R$ 2,20. Para o presidente do sindicato, a discrepância entre os valores se dá por dois motivos. No primeiro, proprietários de postos de combustíveis abaixam os preços na tentativa de atrair mais clientes. “Mas isso é perigoso para o empresário, pois pode comprometer as finanças.” A outra hipótese apontada são as práticas clandestinas, como sonegação de impostos, adulteração de combustível e irregularidades na bomba – que fazem com que o marcador indique uma quantidade adquirida, quando, na realidade, o volume que de fato chega ao tanque é menor.
Veículo: Jornal Diário do Grande ABC - SP