O lucro líquido do grupo de supermercados Pão de Açúcar totalizou R$ 298,6 milhões em 2008, crescimento de 41,6% em comparação ao resultado de R$ 210,9 milhões de 2007. No quarto trimestre do ano passado, o lucro foi de R$ 102,3 milhões queda de 9,2% ante os R$ 112,7 milhões registrados em igual período do ano anterior.
A receita líquida de 2008 foi de R$ 18,033 bilhões, crescimento de 21% sobre R$ 14,902 bilhões do ano precedente. De outubro a dezembro, a receita líquida foi de R$ 5,143 bilhões, 18,8% maior que os R$ 4,328 bilhões de equivalente período de 2007.
No primeiro trimestre do ano passado, os resultados operacionais foram afetados pelos gastos com reestruturação, que totalizaram R$ 23 milhões, sendo que R$ 8,7 milhões impactaram as despesas com vendas e R$ 14,3 milhões, as despesas gerais e administrativas.
Os resultados divulgados pelo Pão de Açúcar não levaram em conta estes gastos.
A rede prevê investir R$ 1,2 bilhão em 2009, mas disse que o ritmo de investimentos depende do cenário econômico e segue negociando aquisições com outras marcas.
"Estamos na contramão da crise. Não estamos com o pé no breque, estamos com o pé no acelerador. Apenas dependemos da situação da economia e, consequentemente, da empresa, para acertar o ritmo do acelerador", disse o presidente do grupo, Claudio Galeazzi.
Em janeiro deste ano, Galeazzi disse que a rede havia acabado de montar uma divisão interna de aquisições e fusões e estava estudando "15 negócios diferentes" para aquisições.
"Só faremos investimentos de rentabilidade elevada e que resultarão em maiores retornos. Nossos objetivos no curto e médio prazo são manter a saúde financeira da companhia", afirmou a empresa em nota.
Segundo o vice-presidente administrativo e financeiro, Enéas Pestana, o foco dos investimentos pra este ano é infraestrutura, como tecnologia da informação (TI) e logística - para manter controle das despesas -e nas lojas de atacarejo (atacadistas e varejistas) Assai, voltadas para a população de baixa renda.
"Assai é prioridade de investimentos em 2009. Depois da parte de infraestrutura e terrenos para garantir a expansão futura, vem o Assai", disse.
O Assai, comentou o vice-presidente, garante a entrada do grupo de forma mais rápida em regiões em que o Paõ de Açúcar ainda não está presente. "O custo unitário de uma loja dessas é menor do que uma convencional e, portanto, o risco de erro é baixo", explicou Pestana.
O grupo fechou 2008 com 28 lojas Assai, ante 15 em 2007. As lojas CompreBem somaram 165 em 2008; as Pão de Açúcar totalizaram 145 e o Extra encerrou o ano com 102 unidades. O total de lojas do grupo foi de 597 no ano passado, contra 575 em 2007.
A rede acredita estar preparado para enfrentar a crise por ter adotado modelo de gestão enxuto no final de 2007 e início de 2008, com a unificação das áreas comercial, operacional e marketing sob única vice-presidência.
Foram integradas também as áreas de TI e cadeia de suprimentos. Além disso, foi criada a Diretoria Executiva de Regionais para fortalecer a gestão de negócios nas regiões em que o grupo atua e foram redefinidos os processos de cada área para identificar as oportunidades de ganhos de eficiência e simplificar as estruturas organizacionais.
Seguindo o exemplo da estratégia adotada pelo grupo no Rio de Janeiro, onde vinha obtendo significativas melhoras nos resultados e na rentabilidade, a empresa direcionou seus esforços para os pilares de vendas: sortimento, precificação, comunicação e serviços.
"Readequamos o sortimento levando em consideração o poder de compra, hábitos de consumo e a demanda dos consumidores em cada micro-região onde estão instaladas nossas lojas. Também fortalecemos as categorias que definem o posicionamento de cada uma das bandeiras e ajustamos as políticas de pricing, em busca de maior competitividade, com foco no consumidor em produtos que geram tráfego nas lojas", comunicou a empresa.
De acordo com o grupo, a comunicação deixou de ser linear e passou a respeitar a realidade das lojas individualmente.
Todas estas ações fizeram a rede geraram Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 398,1 milhões no trimestre passado, alta de 22,5% sobre igual período do ano anterior, quando teve resultado de R$ 325,1 milhões. Em 2008, o Ebtida foi de R$ 1,3597 bilhão, crescimento de 32,5% sobre R$ 1,026 bilhão alcaçandos em 2007.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ