Setor produtivo afirma que isenção da tarifa no ano passado prejudicou a comercialização da safra nacional
O Ministério da Agricultura receberá nos próximos dias pedido dos produtores para não ceder à pressão da indústria moageira e manter a Tarifa Externa Comum (TEC) que incide nas importações de fora do Mercosul. A preocupação aumentou após notícias de que a Argentina não tem mais trigo para exportar e o Brasil terá de comprar de outros países.
A Secretaria de Agricultura do PR encabeça a lista de entidades contrárias à retirada do imposto de 10%. Em 2008, preocupado com o impacto da alta dos preços do cereal na inflação, o governo isentou de TEC 2 milhões de toneladas.
Segundo os produtores, o benefício resultou em maior estoque do grão na indústria e prejudicou a venda da safra, que atingiu o recorde de 6,3 milhões de toneladas. "Precisamos aumentar e não reduzir a competitividade do trigo nacional", diz o analista do Departamento de Economia Rural (Deral) da secretaria paranaense, Otmar Hubner. "Está sendo preparado o l evantamento de intenção de plantio, com perspectiva de aumento de área." Conforme o Deral, há sementes para cobrir área 10% maior que a de 2008, de 1,15 milhão de hectares. No mercado doméstico, o trigo foi negociado na semana passada entre R$ 580/tonelada (comprador) a R$ 600/tonelada (vendedor). Até dezembro, os preços não superavam R$ 480/tonelada.
Veículo: O Estado de S.Paulo