Lojistas de Caxias do Sul tiveram janeiro difícil

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O comércio de Caxias do Sul (RS) encerrou janeiro deste ano com desempenho 15,09% menor que o verificado em dezembro de 2008 e 14,48% menor em relação a janeiro daquele ano (os índices estão deflacionados). A Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul (CDL) já contava com a retração sobre o mês de dezembro passado, diante da previsibilidade histórica que ocorre no período, mas a entidade esperava uma queda ao redor de 30%. Na avaliação da CDL, "o nível de 15,09% se posiciona dentro dos melhores já registrados e parece demonstrar uma progressividade linear de desempenho econômico".

 

"Diferentemente da análise feita pelo IBGE, a nossa análise não é nominal, é deflacionada pelo IGP-DI, que neste mês está em 8,05%. Em termos nominais o resultado foi de apenas -6,43%, que poderia ser explicado pelo ajuste sazonal, ou seja, janeiro de 2009 teve quatro dias úteis a menos que janeiro de 2008", explica o economista-chefe da CDL, Miguel Fortes, ao fazer comparativo entre janeiro de 2009 e janeiro de 2008.

 

Ao contrário do resto do Brasil, a inadimplência em janeiro não cresceu, pelo contrário, diminuiu 3,21%, revertendo um quadro de crescimento observado nos meses anteriores. O nível de recuperação de crédito, ao contrário do que vinha acontecendo nos meses anteriores, decresceu em 8,77%. "Será preciso esperar março e abril para ver como será o comportamento do varejo ao longo do ano", pondera Fortes, sem arriscar palpite.

 

Um dado interessante que reflete a atividade econômica de janeiro é que neste mês houve 6,70% a mais consultas ao SPC do que em dezembro de 2008 e 40,5% a mais que novembro de 2008, o que parece indicar que a atividade em termos de volume de transações ocorridas, em janeiro, foi superior a dezembro e novembro. O faturamento menor estaria ligado à comercialização de produtos de menor valor, via liquidações, promoções e pela tendência já observada de mudança de perfil de valor dos produtos para itens de menos valor.

 

O setor automotivo, que pela análise teve queda de 10,8%, na verdade, vendeu 200 carros novos a mais do que em 2008. Devido ao incentivo fiscal desta vez foram comercializados mais carros populares cujos preços ficaram menores do que em 2008. "O faturamento financeiro - que é o que mede este instrumento - foi menor, mas a atividade foi mais intensa", explica o economista.

 

O mesmo raciocínio explica o segmento de eletrodomésticos, móveis e bazar. "A indústria de móveis anunciou que em janeiro alcançou as metas; neste caso, o setor de eletrodomésticos seria responsável pelo desempenho negativo. Com certeza, este desempenho não acompanhou os resultados de meses anteriores, nos quais vinha realizando fortes altas. Em parte este descompasso é explicado pelas grandes liquidações e pela queda dos preços destes produtos", diz Fortes.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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