Com calor atípico, venda de ventilador dispara

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Em tempos de crise, a alta nos termômetros dos últimos dias tem sido providencial para as varejistas e fabricantes de ventiladores. As vendas desse eletroportátil, capaz de dar um alento às noites quentes de março, dispararam e esvaziaram os estoques de ventiladores nas lojas. 

 

Após um domingo em que São Paulo teve o dia mais quente dos últimos anos, a segunda-feira foi agitada na fabricante Mondial. Em apenas quatro horas, o volume de encomendas foi o equivalente a 50% do total registrado em todo o mês de março. 
"Após três noites sem dormir, as pessoas realmente correm para comprar ventilador. As compras não são planejadas e muitas vezes pegam o varejista desprevenido", diz Giovanni Marins Cardoso, presidente da Mondial. 

 

Na rede Wal-Mart, as vendas de ventiladores nos últimos quatro dias tiveram aumento de 24%. A loja do Extra do Jaguaré vendeu em apenas uma manhã 35 unidades. História parecida aconteceu na unidade do Ponto Frio do shopping Continental, também em São Paulo, que viu suas prateleiras esvaziarem após vender 40 ventiladores em único dia. 

 

Diante da demanda repentina, a Mallory, uma das principais fabricante do eletroportátil, está com seu estoque zerado. "Hoje só consigo atender as encomendas feitas anteriormente. Não há como atender pedidos extras. As vendas entre outubro e dezembro para o varejo foram fracas e colocamos o pé no freio em janeiro", explica Wilson Brambilla, diretor comercial da Mallory. 

 

Várias fabricantes e varejistas foram pegas no contrapé com o calor repentino verificado nos últimos dois meses. "Em janeiro e fevereiro, o verão foi ameno como acontece em 2007. As vendas ficaram parecidas, mas em março o desempenho deve ser melhor do que ano passado", diz Adriano Toledo Oliveira, gerente de grupos da Arno. Ele informa que possui estoque suficiente para atender a demanda extra. 

 

Apesar de a indústria acreditar que o começo de ano seria tranquilo, as vendas em várias varejistas mostram crescimento nos dois primeiros meses. 
As Casas Bahia venderam em janeiro e fevereiro mais de 255 mil ventiladores, o que representa aumento de 37,3% em relação ao mesmo período de 2008. No Extra, as vendas no acumulado deste ano cresceram 50% e no Carrefour, a procura em fevereiro dobrou quando comparado ao mês de janeiro. No Magazine Luiza, a alta foi de 22% em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2008. 

 

Uma grande fabricante de ventiladores, que prefere não se identificar, diz que a falta do produto nas gôndolas acontece porque as varejistas sempre compram pequenas quantidades de produtos sazonais com medo de encalhe. Já o varejo contra-ataca afirmando que a indústria é quem pisou no freio e por isso não tem tanta oferta. 

 

Nesse "empurra-empurra", a fabricante Mondial decidiu criar embalagens 30% menores para que seus produtos ocupem menos espaço no ponto-de-venda do varejista. 

 

Veículo: Valor Econômico


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