Retração econômica atrasa benefícios para a "nova" Aracruz

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A consolidação da Aracruz pela Votorantim Celulose e Papel (VCP) irá trazer benefícios para as empresas apenas em médio prazo, de imediato a aquisição da fatia de 28% que estava nas mãos dos Safra não trará nenhuma mudança para o mercado de celulose de fibra curta. O motivo é a retração econômica mundial que tem reflexo no consumo de papel e, consequentemente, de celulose. Em médio prazo, porém, a nova empresa que será formada terá a capacidade de direcionar preços da commodity no mercado mundial. Essa é a avaliação do analista do setor de Papel e Celulose da Tendências Consultoria, Bruno Rezende. Ele disse que neste momento as organizações terão de conviver com um cenário externo complicado cujo preço médio será de US$ 600 por tonelada para 2009. "Em geral, o País mais relevante em uma commodity é o formador de preço e tem a capacidade de impor ao mercado internacional seu poder para a formação de preços", resumiu o analista da Tendências.

 

Acordo

 

Quarenta e cinco dias foi o tempo que a família Safra demorou para avaliar o negócio proposto pela VCP em janeiro, de comprar por R$ 2,7 bilhões sua parte de 28,03% da Aracruz, a maior empresa de celulose de fibra curta do mundo. A decisão era esperada pelo mercado, pois, para analistas, a proposta era vantajosa se se considerar o valor de mercado da empresa, que passou por uma perda de mais de US$ 2 bilhões em função de operações com derivativos. "Essa decisão era esperada, pois é a mais sábia, em função do valor oferecido", disse Luís Broad, da Ágora Corretora. Para o analista, a demora ocorreu, mas foi em favor da decisão mais coerente.

 

Para o analista de Papel e Celulose do Banco Geração Futuro, Felipe Ruppenthal, a demora entre o recebimento da oferta da VCP e a decisão da Arainvest pode ser explicada pela necessidade de realizar uma análise mais detalhada dos termos de pagamento propostos.

 

Agora, o próximo passo da VCP é estender o tag along a acionistas minoritários da Aracruz, que deverão optar entre aceitar a oferta de R$ 14,56 por ação ou trocar os papéis da Aracruz pelos da empresa do Grupo Votorantim. Na opinião de Ruppenthal, o melhor negócio é a venda, quem optar por ficar com as ações da VCP poderá perder R$ 10,00 por ação.

 

Para os analistas, a posição da VCP no mercado mundial fica mais confortável: embora não seja suficiente para influenciar o preço da commodity, ganha poder de barganha com seus fornecedores.

 

Veículo: DCI


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