Pesquisa da LatinPanel, maior instituto de pesquisa de consumo domiciliar da América Latina, apontou um crescimento de 11% no volume de compra das famílias brasileiras para as cestas de alimentos, bebidas, higiene pessoal e produtos de limpeza, no último trimestre do ano, em relação ao período anterior.
A pesquisa é realizada semanalmente, em 8,2 mil domicílios no País. A amostra, que avalia a performance de 70 categorias de produtos, representa 91% do potencial de consumo domiciliar do País. Outro dado da pesquisa mostra que houve uma desaceleração do consumo no biênio 2007/2008, de 2% ante o biênio 2006/2007.
Na opinião de Patrícia Berti Menezes, gerente de Marketing e Comunicação da LatinPanel, os dados revelam que, apesar da desaceleração, o varejo continua crescendo. "O que percebemos é que, em 2008, houve alta dos preços e instabilidade do volume durante o ano e uma aceleração no terceiro trimestre. Já em outubro, houve uma frenagem de consumo, por causa da crise e uma retomada em dezembro. Os consumidores compraram mais bens não duráveis por causa das festas."
Na comparação mês a mês, segundo Patrícia, o brasileiro se preocupou mais com itens de consumo de mesa. "O último trimestre de 2008 respondeu por 28% das vendas das cestas pesquisadas em 2008. Em 2007, o último trimestre respondeu por 26% do resultado anual dos produtos avaliados do ano."
A pesquisa revela, ainda, que mesmo com o cenário de tensão, os brasileiros não acreditam num 2009 ruim. Para 28% dos entrevistados, este ano será ainda melhor do que 2008. Outros 39% acham que o Brasil terá, ao menos, a mesma situação e 33% creem que 2009 será pior.
Todas as cestas analisadas no comparativo entre o quarto e o terceiro trimestre de 2008 obtiveram desempenho positivo, contrariando as expectativas de redução de consumo diante da crise. O destaque ficou para a cesta de bebidas, que registrou um aumento de 17% em volume consumido, bem acima da média dos demais produtos, influenciada pela sazonalidade das festas de fim de ano. A cesta de limpeza cresceu 9%, a de higiene, 8%, e o consumo de alimentos evolui 7%.
Patrícia acredita que a classe C sustentou o nível de consumo através de crediário. "As famílias realizaram o sonho da casa, do carro e do lazer. O que se tem de analisar é se as pessoas continuarão empregadas e se conseguirão honrar os pagamentos para contrair mais dívidas. Hoje, por causa da crise acredito em mais cautela, mas não em parar de consumir", avalia.
Veículo: DCI