Nos primeiros sete meses deste ano, o setor faturou R$ 248 milhões a menos.
As vendas do comércio varejista do Litoral de São Paulo registraram queda de 4,4% em julho, em comparação ao mesmo período do ano passado. O faturamento regional chegou a R$ 1,5 bilhão no mês.
No acumulado do ano, o resultado também segue negativo, com queda de 2,3%. Até julho, a região faturou R$ 248 milhões a menos que nos sete primeiros meses de 2014. Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a tendência é que a perda se amplie ainda mais nos próximos meses.
Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela FecomercioSP, com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz).
O Litoral de São Paulo, pesquisado pela PCCV, inclui 23 municípios da Baixada Santista, Litoral Norte e Vale do Ribeira.
Somente três setores escaparam das quedas em julho: supermercados (+5,5%), farmácias e perfumarias (+15,7%), além de autopeças e acessórios (+8,6%). No acumulado do ano, os três também estão no azul: +3,8%, +17,9% e +8,9%, respectivamente.
O crescimento de farmácia e perfumarias está acima do esperado por empresários do setor na região. No início do ano, A Tribuna apurou que eles apostavam manter o crescimento, mas abaixo dos dois dígitos pela primeira vez em cinco anos.
“Esse crescimento forte de farmácias pode estar relacionado com dois pontos: aberturas de novas lojas na região e o faturamento que não é tão grande, cerca de R$ 146,7 milhões no mês”, explica o assessor econômico da FecomercioSP, Guilherme Dietze.
Responsável pelo maior faturamento do varejo no Litoral, o setor de supermercados, com R$ 583,8 milhões em julho, está sendo beneficiado pela crise econômica.
“Em um momento como o atual, as pessoas deixam de comprar carros, eletrônicos, eletrodomésticos, mas não param de comprar produtos essenciais. Além disso, a inflação elevada deixou os produtos mais caros e isso contribui para o aumento do faturamento”, explica Dietze.
No caso de autopeças e acessórios, o crédito escasso para financiamento de veículos contribui para uma procura maior por serviços de reparos e manutenção. Concessionárias de veículos, por exemplo, tiveram uma queda de 15,4% em julho e acumulam perda de 20,4% no ano, na comparação com iguais períodos.
Outros setores bastante atingidos pela crise econômica são móveis e decoração (-27,4% no mês e -30,8% no acumulado do ano) e materiais de construção (-17,6% no mês e -8,1% no ano).
“O mercado imobiliário está parado, o crédito secou e o Litoral ainda tem o agravante da Petrobras, que congelou os investimentos. Isso impacta diretamente nesses dois setores”, afirma Dietze.
Veículo: Jornal A Tribuna - Santos/SP