São Paulo - Com queda no fluxo de clientes nas lojas desde agosto, a rede de vestuário Lojas Marisa fechou o terceiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 27 milhões, o que representa alta superior a 46% em perdas. Contudo a rede se prepara para fazer ajustes operacionais a partir de 2016.
Em conferência o presidente da marca, Marcio Goldfarb, afirmou que os ajustes a serem feitos são: fechamento de lojas, encerramento da venda direta, diminuição dos programas de fidelidades e mudanças no braço financeiro da varejista. Com tudo isso a Marisa deve economizar R$ 40 milhões.
Durante a divulgação dos resultados, a Marisa considerou que o ambiente de consumo no Brasil tende a continuar deteriorado e os efeitos desse momento têm se refletido em um menor fluxo de clientes nas lojas. Aos analistas e investidores, o diretor administrativo, financeiro e de relações com investidores, Adalberto Pereira Santos, afirmou que o "humor do consumidor vem desabando" e a companhia viu o tráfego nas lojas cair muito fortemente a partir da segunda metade de agosto.
"O resultado de vendas é frustrante dado que esperávamos o início de uma recuperação, que começou a ocorrer no trimestre, mas a partir da segunda metade de agosto houve perda importante de fluxo, próximo a 10%, principalmente nas lojas de rua", disse Santos. "Olhando pela frente, estamos percebendo que o cenário não é nada positivo", acrescentou.
As vendas da varejista de moda Marisa no critério mesmas lojas, que considera apenas unidades abertas há mais de um ano, caíram 2,4% no terceiro trimestre apesar de uma base de comparação mais fraca do ano passado. No mesmo período de 2014, a retração havia sido de 1,5%.
O executivo destacou que, diante de piora no cenário negativo para consumo, a companhia tem se concentrado em ajustes e controle de custos. "Temos um conjunto de medidas estruturais nas quais começamos a trabalhar para preparar a companhia para um cenário ainda pior", comentou.
Santos mencionou como exemplo dessa estratégia de ajuste ao novo ambiente a decisão da empresa de encerrar as atividades no canal de venda direta (venda por catálogo). Ele ainda destacou que a companhia tem sido menos tolerante quanto a lojas menos rentáveis.
Veículo: Jornal DCI