Com estimativa de movimentar até R$ 978 milhões em um só dia, 12% a mais do que o verificado em 2014, lojas apostam nas promoções para levar o cliente a antecipar as compras do final de ano
São Paulo - Em seu sexto ano no Brasil, a Black Friday, movimento de descontos que começou no e-commerce e chegou às lojas físicas, começa a ganhar mais importância para os varejistas, que esperam que a data se torne um novo Natal.
Várias lojas como Netshoes, Netfarma e Marisa acreditam, neste ano, mesmo com a crise, que irão superar o faturamento obtido em 2014. Em 2015, o dia dos "superdescontos" acontece em 27 de novembro, a partir da meia noite. Segundo estimativa do site Busca Descontos e da empresa especializada em fraudes na internet Clearsale, organizadoras do Black Friday no Brasil, o varejo pode faturar até R$ 958 milhões durante as 24 horas do evento. O resultado, se consolidado, é 12% maior que o alcançado no ano passado, quando a data resultou em uma arrecadação de R$ 872 milhões. "As grandes varejistas já têm realizado ações nesse sentido de que a Black Friday está aos poucos atraindo consumidores do Natal. E este ano esse fenômeno deve ser ainda maior devido à crise, com as pessoas antecipando as compras devido aos descontos", explica Pedro Chiamulera, fundador e CEO da Clearsale.
A companhia é responsável pela transação de quase 85% das compras feitas via e-commerce no Brasil. Segundo Chiamulera, o pico de vendas para natalinas foi deslocado para o Black Friday também por motivos de segurança. "As pessoas querem que seus presentes cheguem antes da data e já perceberam que o varejo se prepara melhor para este dia [Black Friday]", afirma.
Uma das grandes redes do varejo eletrônico no Brasil, a Netshoes diz que a preparação para a Black Friday começa um ano antes. Além disso, a loja assume que a data é considerada hoje como o "Dia D" para o varejo, como era considerado o Natal há alguns anos. "Ao contrário do Natal, a Black Friday tem um apelo mais racional para o consumidor. É a o momento em que se consegue captar novos clientes e incrementar receitas. Mas isso não quer dizer que deixamos de nos preparar para o Natal também", diz Bruno Couto, gerente de marketing da Netshoes.
Segundo ele, em um só dia de Black Friday, a companhia arrecada o equivalente a um trimestre inteiro. "Só no ano passado atingimos um crescimento de 160% no tráfego do site, e 45% dos pedidos foram feitos por novos consumidores. O que nos leva a conquistar mais pessoas", diz.
Para este ano, a marca seguirá com a estratégia de oferecer um mês inteiro de descontos, que podem chegar a até 70%. De acordo com Couto, mais de um milhão de produtos estarão com preços reduzidos.
"A nossa preparação para esse evento é intensa. Contratamos 600 empregados temporários para nos ajudar na coleta e entrega dos produtos. Toda essa estratégia começa um ano antes, assim que termina a Black Friday do ano anterior", conta o gerente.
Variedade de produtos
Muito além dos eletrônicos, eletrodoméstico e brinquedos, o Black Friday é uma boa opção para empresas de todos os ramos, exemplo disso, a Netfarma, que comercializa na internet produtos de perfumaria, beleza e medicamentos trará, durante o dia de descontos, até remédios com redução de preços. "Esse ano fizemos a indústria se conscientizar de forma muito relevante a participar dessa data. Para isso, tivemos que mostrar para eles que o resultado será bom para eles e para nós. Não adianta a gente colocar o desconto se eles também não nos ajudarem", diz a , diretora de Marketing da Netfarma, Edilaine Godói.
Outra varejista que tem observado a Black Friday com bons olhos é a Marisa. A rede vai, pelo segundo consecutivo, expandir as promoções da internet para as suas lojas físicas. "É um dia com uma movimentação 350% maior que os dias normais. Para isso, dobramos o turno em ações nos centros de distribuição, nas áreas de marketing e comercial. Vale a pena, pois nessa data conseguimos alavancar as vendas de uma semana inteira", diz a gerente de Marketing e e-commerce da Marisa, Lucas Nunes.
Pequenos
Segundo a organização do evento, cerca de 20% do faturamento da Black Friday vem dos pequenos e médios varejistas. "Eles são responsáveis por um bom volume das vendas nessa data, então é a chance que têm de oferecer um bom atendimento e serviço para os consumidores", indica Chiamulera, da Clearsale.
Veículo: Jornal DCI