Aprimoramento da logística de entrega de mercadorias contribui para expansão do setor.
A E-consulting, empresa que realiza pesquisas sobre o e-commerce no Brasil e apura o Índice do Varejo Online (VOL) – soma trimestral dos volumes de transações online de automóveis, bens de consumo e turismo por meio de lojas virtuais, projetava, em março, uma movimentação de R$ 63,9 bilhões em 2015, um crescimento de 20,3% em relação ao ano anterior. Entre as três categorias do índice, a de bens de consumo mostrou-se a mais promissora, representando 49,7% do varejo online. A previsão é que a categoria cresça 42%, saindo de um volume de R$ 26,4 bilhões para R$ 32,2 bilhões.
A consultoria E-bit, cujas pesquisas usam metodologia distinta e são feitas no ato da compra, projeta crescimento de 15% para o e-commerce em 2015.
Um dos fatores que impulsionaram os números do e-commerce brasileiro foi a consolidação das operações online de grandes varejistas e o aprimoramento da logística para entrega de mercadorias. Em função desse cenário, ganha corpo no país a formação de
marketplaces comandados pelos líderes do varejo, que oferecem suas plataformas para os fornecedores da cauda longa – a infinidade de fornecedores que não têm como arcar com os custos de uma grande estrutura. A logística é fator crítico de sucesso para o comércio eletrônico para concretizar o processo de compra online. E ganha ainda mais valor quando a inclusão digital e o acesso a tecnologias móveis de comunicação se expandem para novas cidades, abrindo oportunidades de compra e venda antes inacessíveis.
“Os Correios são líder de mercado, com entregas de encomendas expressas e não expressas em todo o Brasil. Segundo pesquisa promovida pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, nove em cada dez lojas online utilizam os Correios para suas entregas. Para este ano, esperamos crescer além da projeção do E-bit”, diz Janio Pohren, vice-presidente de encomendas dos Correios. Ele observa que a empresa tem presença em todas as cidades do Brasil e conta com a maior estrutura do segmento de entregas. São 120 mil empregados, uma frota de 26 mil veículos, 12 linhas de transporte aéreo de carga, 12 mil agências e mais de 10 mil unidades operacionais.
Nos últimos cinco anos, os Correios investiram cerca de R$ 2 bilhões em infraestrutura, mais do que o dobro dos recursos aportados no período 2007-2010. Desde 2011, foram criados 13 mil novos postos de trabalho efetivo; ampliados de 18 para 61 os Centros de Logística Integrada; abertas 17 novas unidades de tratamento e entrega de encomendas e 115 unidades de distribuição – que entregam cartas e encomendas nas cidades menores.
O executivo destaca, ainda, que os Correios implantaram em 2015 um novo modelo empresarial, que repensou toda a estrutura organizacional da instituição, dando enfoque às unidades estratégicas voltadas aos negócios e aos clientes, entre as quais estão a Unidade de Negócios de Encomendas e a Unidade de Negócios de Logística. O objetivo é aumentar o foco em cada um dos negócios da empresa, com equipe dedicada e extremamente capacitada.
“Uma prova da capacidade dos Correios em atender qualquer demanda de e-commerce, pequena ou grande, é que somos os operadores logísticos oficiais dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, o maior evento esportivo do mundo”, diz Pohren.
A empresa tem procurado inovar no atendimento em linha com as mudanças dos hábitos do consumidor. Nas capitais, os Correios já possuem entrega no mesmo dia, é o SEDEX Hoje. Há ainda os serviços do SEDEX 10 – entrega até as 10h do dia seguinte; e o SEDEX 12, com entrega até o meio-dia do dia seguinte, em diversas localidades do País.
Veículo: Jorna O Globo