As contratações temporárias de fim de ano amenizaram os resultados dos indicadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) que antecipam as tendências para o mercado de trabalho, afirmou ontem o economista Tiago Cabral, pesquisador da instituição.
Após atingir em setembro o menor ponto da série, iniciada em junho de 2008, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 5,0% no mês passado.
Mas o resultado não indica tendência de longo prazo, já que as contratações serão fruto de um movimento sazonal. "O 13º salário ajuda a injetar recursos, então o comércio fica mais aquecido nessa época, o que justifica as contratações", avaliou Cabral.
No curto prazo, essas contratações devem estabilizar a taxa de desemprego, que desde o início do ano tem escalado degraus em uma velocidade que impressionou os economistas. "Mas para 2016 vai ter mais deterioração do emprego", disse.
Para este ano, o economista prevê que a taxa de desemprego média ficará em 8,3%, tendo como referência a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no ano que vem, essa taxa deve saltar a 11,0%.
Ainda segundo a FGV, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou 5,4% em outubro ante setembro, para 97,6 pontos, com ajuste sazonal. Trata-se do maior nível desde março de 2007.
"A alta reflete a deterioração rápida e contínua do desemprego, puxada principalmente pela piora na percepção do mercado de trabalho, o que pode indicar elevada dificuldade em se obter uma vaga de trabalho", destacou Moura.
A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País atingiu 7,6% em setembro, a maior para o período desde 2009, segundo dados também recentemente divulgados pelo BGE. A piora nas avaliações ocorreu principalmente entre as famílias de baixa renda e aquelas que estão no topo.
Veículo: Jornal DCI