Itens adquiridos em atacado, em maior quantidade, saem, em média, 28,4% mais baratos, conforme levantamento do DG.
Na onda de fugir dos preços altos e tentar economizar no que for possível, grupos de compras coletivas viraram uma alternativa para quem não abre mão de poupar seu troquinho e faz de tudo para escapar da crise. Ainda mais quando Porto Alegre está no topo da inflação: o Índice de Preços ao Consumidor Semanal ficou em 1,06% na Capital, contra 0,96% da semana anterior. Esta é a maior taxa de inflação semanal entre as sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas na segunda semana de novembro.
O Diário Gaúcho pesquisou o preço de produtos em três supermercados da Capital e comparou com os valores unitários adquiridos em maior quantidade em um atacado da Região Metropolitana. Dos 15 itens comparados, 12 tiveram preços mais baixos no atacado. No total, os itens de atacado são 28,4% mais baratos do que os dos supermercados convencionais.
Mesmo assim, vale a pena ficar atento às prateleiras: as reduções em comparação com os supermercados variaram de 1% a113%. Porém, três dos 15 produtos estavam mais caros no atacado.
Em ascensão
Uma pesquisa do Instituto Data Popular feita com 3,5 mil brasileiros da classe C apontou que 32% dos entrevistados fazem compra coletiva com amigos ou vizinhos. Os dados mostram que esta já é a terceira forma de economia mais adotada pelo consumidor, atrás da pesquisa de preço (87%) e da busca de preços na internet antes de comprar (64%).
O presidente da Associação Gaúcha de Atacadistas e Distribuidores, José Luiz Boeck, afirma que os consumidores já representam 20% das vendas dos atacados, índice que já foi bem menor. Enquanto muitos setores terão crescimento negativo em 2015, José Luiz aposta que os atacados se manterão estáveis, sentindo menos as consequências do momento econômico do Brasil.
Confira na tabela as diferenças entre os preços no supermercado e no atacado:
Turma do salão poupa até 30%
No salão de beleza de Carmen Fonseca, 47 anos, no Centro de São Leopoldo, o grupo de compras nasceu do costume que a cabeleireira sempre teve de perseguir promoções e comprar em grandes quantidades. Há mais de um ano a perspicácia de Carmen para o preço baixo beneficia suas oito funcionárias, que se reúnem para comprar produtos de higiene e limpeza.
Itens como papel higiênico, pasta de dente, amaciante, desengordurante e detergente são comprados em grandes quantidades em atacados da cidade. Assim, cada uma ganha no preço do valor unitário de cada produto, normalmente mais em conta do que se fosse comprado individualmente.
– Conseguimos economizar uns 30%. Vale muito a pena – comenta a manicure Lizianara Escalante, 31 anos.
Toda vez que Lizianara encontra uma barbada, faz foto e manda para as colegas. A secretária Gislaine Magro, 42 anos, e a manicure Rose Mertins, 37 anos, também admitem que o grupo as deixou mais atentas às barbadas: elas agem como “radares de promoções”.
Evite as confusões ao formar grupos
— Procure pessoas de sua relação mais próxima. Reúna, no máximo, seis famílias. Compras com muitas pessoas são praticamente inviáveis e mais passíveis a atrito.
— Forme grupos com famílias de hábitos semelhantes aos da sua.
— Grupos de compras funcionam principalmente para itens de supermercado, material de construção e material escolar.
— Estabeleça antes como será o pagamento. A melhor forma de evitar confusão é nomear um líder.
— Não se emocione com as promoções e evite excessos, em especial de produtos perecíveis. Valores muito baixos podem estar com data de vencimento próxima.
Veículo: Site Diário Gaúcho