HBSIS criou software para acompanhar distribuição em tempo real, o que trouxe alta na produtividade e queda na carga horária da equipe de entregas.
Com a redução nos preços dos smartphones e o aperfeiçoamento da tecnologia digital, a HBSIS, empresa de logística especializada nos segmentos de bebidas e remédios, investiu cerca de R$ 1,5 milhão em 2011 para criar o HB.MDM, serviço de gerenciamento de entregas em tempo real.
O diretor da empresa, Humberto Matesco, conta que a necessidade de implementar o sistema já ocorria desde 2007. No entanto, os custos inviabilizavam a operação. "Os equipamentos disponíveis na época eram caros. Um telefone inteligente não saia por menos de R$ 2 mil. Até que em 2011, com a facilidade que foi surgindo diante dos smartphones, encontramos o momento ideal para mudar esse negócio, e o custo caiu para R$ 500 ou R$ 600", diz ele.
Para utilizar o serviço, basta ter um smartphone Android ou IOS. A equipe que sai para fazer as entregas é acompanhada passo a passo pelos responsáveis da logística de cada empresa através do GPS dos celulares, visualizado pela interface do HB.MDB.
Quatro anos depois do aporte para o tracking, a empresa atende a 35 clientes e monitora de 8,5 mil a 9 mil veículos por mês. Entre eles está a Ambev - considerada a maior companhia de bebidas do mundo. Há ainda o Atacadão Centro Sul, que atua com distribuição no Nordeste; a Nilo Tozzo, distribuidora com sede no oeste catarinense e atuação no Sul do País; a Menegazzo & Cia, que revende bebidas da Ambev em 26 cidades do interior de São Paulo; o Grupo Coutrim, com atuação na Região Metropolitana de Salvador (BA); e a Dunorte, distribuidora com participação nos estados do Amazonas, Amapá, Roraima e Pará, entre outras companhias.
Há oito anos, quando surgiu a oportunidade de criar o rastreamento de mercadorias por GPS, o processo era custoso e só compensava para mercadorias de grande valor, como no caso das transportadoras.
"Era muito caro, não compensava pelo tipo da operação, exceto para grandes transportadoras de valor agregado, algo pequeno no mercado. Os clientes que atuavam na época eram de transporte de valores e medicamentos, o que justifica pagar U$ 4 ou 5 mil para a manutenção", analisa Matesco.
Produtividade
Um dos benefícios da ferramenta foi aumento de produtividade nas entregas. "O conhecimento de distribuição nos permitiu levar a inteligência para os dispositivos móveis. É monitorar não só o veículo, mas o negócio. Ter a mercadoria certa no horário certo. Isso encantou os clientes e a produtividade do serviço aumentou entre 20% a 40%", acrescenta o executivo.
Por isso, a HBSIS calcula que os funcionários de seus clientes tiveram a carga horária reduzida. No modelo anterior, diz Matesco, cada trabalhador tinha um expediente, em média, de 10 horas por dia. Atualmente, acrescenta, a média está em 7 horas por dia e é possível atender a mais clientes do que antes.
O executivo lembra também que os funcionários responsáveis pelas entregas ficam restritos às rotas desenhadas pelo gerenciamento de logística. "A equipe decidia por um caminho mesmo sendo o pior. No entanto, agora é preciso respeitar o que foi estabelecido", explica. Ele relata que é possível melhorar a otimização das rotas com o uso do programa.
Oportunidade na crise
Para as empresas que atuam no setor de tecnologia, a recessão econômica no Brasil significa oportunidades para otimizar custos no mercado e atrair uma nova carteira de clientes. A projeção para o ano que vem, segundo Matesco, é dobrar o número de empresas atendidas pela HBSIS.
"Quero dobrar o número de clientes. É no momento de crise que as empresas vão buscar redução de custos e eficiência. Eu acredito muito nesse paradigma. Agora estamos retomando o contato com algumas empresas que já atendemos anteriormente", afirma.
Ele diz que a opção de trabalhar no setor atacadista ocorreu por ser um segmento mais previsível, com horário de entrega previamente definido.
"Foi pela forma que este mercado trabalha. Tem horário definido para entrega e a mercadoria já está negociada [preço] e tem endereço definido. Exige uma especificidade grande, o que também agrega mais valor para o negócio", conta.
Veículo: Jornal DCI