Para Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, a crise chegou ao agronegócio.
Símbolo do Plano Real e bastante consumido nos anos posteriores, o iogurte e outros lácteos se afastaram um pouco da mesa do brasileiro. Números da consultoria Kantar Wordpanel mostram que as vendas em todo o país caíram 2,3% de janeiro a outubro deste ano. “Desemprego, falta de investimentos, paralisia governamental, são fatores que levam o brasileiro a perder renda e a consumir menos lácteos, afirma Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, que representa os pecuaristas.
Segundo Rubez, até o índice de consumo per capita, que vinha subindo nos últimos anos, está caindo.“Chegamos a consumir 180 litros per capita. Acredito que regredimos para um número entre 170 a 175 litros per capita.” Rubez pontua que o leite fluído não foi fortemente impactado ainda, mas os lácteos sim.
Apesar de não dispor ainda de números referentes a região Nordeste, região onde o consumo de leite havia subido, e bem, nos últimos anos, o certo é que por lá também foi registrada uma queda.
Eu conversei no mês passado com Fernando Yamada, presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) e ele confirmou o refluxo de vendas no Nordeste. Disse que a queda no consumo deriva do desemprego crescente e do bolso mais vazio do consumidor.
Jorge Rubez concorda e vai além. “O consumo caiu em todas as regiões, inclusive no Nordeste.” Rubez acredita que a crise econômica e política chegou ao setor do leite em particular e ao agronegócio como um todo. “A agropecuária conseguia fôlego para sobreviver, mas não está suportando a paralisação do Brasil. E eu não vejo saída em 2016, ano de recessão também e que vou torcer para passar rapidamente.”
Veículo: Site Globo Rural