As condições climáticas registradas nos últimos dias, com mais horas de sol, têm contribuído para o desenvolvimento e manejo das lavouras de grãos de verão no Estado, de acordo com informações da Emater. A área plantada com a soja já chega a 88% do total previsto para a safra deste ano, percentual acima da média registrada nos últimos anos nesta mesma época. Como as chuvas da última semana foram esparsas e de volume muito variado, os sojicultores gaúchos puderam executar a implantação das lavouras sem maiores dificuldades e agora aguardam a manutenção da umidade no solo para finalizar o plantio.
Nas lavouras da oleaginosa semeadas há mais tempo, a evolução é considerada boa pelos técnicos da Emater. Nas que foram prejudicadas pelo excesso de chuvas do mês passado, há dúvidas sobre a adequada formação do stand de plantas e algumas lavouras precisaram ser replantadas devido à má germinação causada pelo excesso de umidade. Entretanto, o problema tem ocorrido apenas em casos pontuais, não impactando a cultura como um todo.
No arroz, a conclusão do plantio está próxima, faltando poucas áreas a serem finalizadas. De maneira geral, a germinação tem se realizado sem maiores problemas. Nas lavouras mais adiantadas, o desenvolvimento é considerado dentro da normalidade e apresenta bom padrão. A irrigação, que de agora em diante começa a se intensificar, também ocorre sem transtornos devido à boa quantidade de água armazenada nas barragens e ao nível normal de rios e arroios.
Até o momento, não há informações sobre ataques mais intensos de pragas ou moléstias no arroz. Os produtores aproveitam a época para aplicar adubos nitrogenados em cobertura, tentando garantir uma boa produção futura. Devido aos problemas com o excesso de chuva em outubro e novembro, que prejudicou a evolução normal do plantio, a atual safra está em defasagem se comparada com a do ano passado.
A cultura do milho encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo, com bom padrão de lavoura e livre de ataques de pragas e doenças, beneficiada pelas condições climáticas do momento (calor e umidade). A maior parte das áreas semeadas no cedo está na fase de enchimento de grãos. Nestas lavouras, na maioria dos casos, já é possível perceber o excelente potencial produtivo das lavouras, que apresentam evolução normal das plantas e espigas grandes e bem formadas, basicamente em função de dias seguidos com ocorrência de precipitações mais regulares e com temperaturas elevadas.
É consenso entre os técnicos da Emater que as condições meteorológicas das próximas semanas serão decisivas para a garantia de uma boa produção. No tocante ao milho para silagem, a área já colhida e processada alcança 2% do total estimado para este fim (350 mil hectares).
As lavouras de feijão tiveram melhores condições de desenvolvimento na maioria das áreas de produção nessa semana que passou. Apenas a ocorrência de ventos frios no Alto da Serra do Botucaraí dificultou o crescimento das plantas, mas os efeitos negativos dessa situação climática foram minimizados pela ocorrência de boa radiação solar.
O plantio nos Campos de Cima da Serra, última região a iniciar essa operação, começa a evoluir com maior ritmo nesse período. Na região Sul, a semeadura segue em atraso, em decorrência das condições meteorológicas anteriores e de mão de obra escassa. Alguns municípios relatam que, no atual ritmo de semeadura, não conseguirão semear a área estimada de plantio, com destaque para Arroio do Padre, que poderá ter redução de plantio de 50% da área prevista. Canguçu também dificilmente atingirá o total da área de intenção de plantio de dois mil hectares, assim como Cerrito. A cultura segue em plena evolução - com ênfase as fases de desenvolvimento, floração e maturação do grão; em algumas áreas da região Central e Noroeste, produtores iniciaram a colheita.
As condições climáticas registradas nos últimos dias, com mais horas de sol, têm contribuído para o crescimento e manutenção do estado fitossanitário da cultura do morango na Serra do Rio Grande do Sul, embora as temperaturas noturnas ainda estejam baixas para esta época do ano. De acordo com a Emater, os produtores estão muito satisfeitos com o padrão das plantas, principalmente quanto às floradas abundantes e à colheita, considerada boa em relação à quantidade e qualidade.
Os frutos apresentam bom calibre e intensa coloração. Até o momento, não há nenhuma ocorrência de fitopatias ou pragas, assim como os agricultores não encontram problemas para a comercialização dos morangos.
A partir de agora, o preço pago ao produtor - cotado, em média, a R$ 6,00 o quilo para grandes volumes e a granel, ou variando de R$ 8,00 a R$ 12,00 o quilo diretamente no varejo, com a fruta já limpa, classificada e embalada - tende a estabilizar ou sofrer uma pequena queda, em especial para aqueles com maior volume de produção. Esse panorama deverá persistir por algum tempo, já que se aproximam as festividades de final de ano, quando a demanda é maior.
Veículo: Jornal do Comércio - RS