Os produtores brasileiros de algodão discutem exigir compensações financeiras do governo brasileiro, caso ele não seja rígido na defesa da derrubada dos subsídios norte-americanos à cotonicultura. O caso já foi vencido pelo Brasil em disputa travada na Organização Mundial do Comércio (OMC) e, até 30 de abril, os árbitros devem anunciar o valor e a modalidade da retaliação que o Brasil poderá aplicar contra os EUA.
Entre as propostas discutidas pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) está a de o governo garantir rentabilidade em 100% da safra de 1,2 milhão de toneladas. O prejuízo causado pela concessão de subsídios pelos EUA é calculado em US$ 2,5 bilhões. "Há possibilidade de uma compensação interna, que vamos cobrar", disse Haroldo Rodrigues da Cunha, presidente da Abrapa. A entidade gastou US$ 3,5 milhões com o processo iniciado em 2002. Pedro de Camargo Neto, que participou da implantação do contencioso quando foi secretário no Ministério da Agricultura, diz que o governo errou ao tentar negociar o acordo na Rodada de Doha. "Por que o algodão não está na pauta do encontro de Lula com Obama?", questiona.
Veículo: Gazeta Mercantil