Produtores de algodão de Mato Grosso viajarão na próxima semana para a China para tentar avançar nas negociações para abertura daquele mercado para a pluma brasileira. A informação é do presidente da Associação Brasileira dos Produtores do Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha. As discussões serão conduzidas pela iniciativa privada.
Haroldo Cunha explicou que a grande dificuldade na negociação com a China está no posicionamento de compra adotada por Pequim. A produção brasileira de algodão é vendida, em geral, com um ano de antecedência, estratégia que garante parte dos recursos necessários para o plantio e colheita das lavouras. A China, no entanto, compra algodão "pronto", ou seja, não há financiamento prévio para compra.
A Abrapa estimou exportação de 450 mil toneladas de algodão na safra 2008/09, queda em relação ao volume de 532,9 mil toneladas embarcadas na safra anterior. Os embarques devem render US$ 575,370 milhões, ante US$ 696,058 milhões na safra passada.
Segundo ele, a perspectiva de venda de 450 mil toneladas pode não se confirmar, pois algumas tradings têm contratos flex, o que permite o redirecionamento de lotes de exportação para o mercado interno em caso de condições mais favoráveis de comercialização.
Os dados mensais mostram que as exportações de algodão recuaram de 71.438 toneladas em dezembro de 2007 para 59.850 toneladas no mesmo mês do ano passado. As dificuldades enfrentadas pelo Paquistão, maior comprador de algodão brasileiro, quebrou o mercado no final de 2008.
Veículo: DCI