Indústria teme retração do setor em ano de crise

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Segundo dados da Associação pela Indústria e Comércio Esportivo (Ápice), que reúne as marcas Adidas, Asics, Alpargatas, Nike, Oakley, Puma, Specialized, Skechers e Under Armour, o faturamento do setor em 2014 foi de R$ 5,7 bilhões, responsáveis pela geração de tributos no valor de R$1,1 bilhão. Até o final de 2015, segundo a diretora-presidente da Ápice, Marina Carvalho, o setor da indústria esportiva deve ter resultados que indicam a retração do comércio e da indústria, reflexo da atual política econômica no País.
 
Segundo ela, o aumento do dólar, considerado positivo para as exportações, mas no mercado interno, encarece os insumos importados para a produção de itens esportivos no País. “O setor sofre com a instabilidade econômica, fechamento de vagas de empregos e lojas no comércio. A remuneração média do setor ficou em R$ 5.668,40, considerada uma das mais elevadas do País. A perda do poder de compra do consumidor afeta diretamente estes postos de trabalho e sua remuneração”, alerta Marina Carvalho.
 
A diretora-presidente da Ápice explica que o setor de calçados esportivos está chegando a um momento crucial e por isso, será preciso uma revisão detalhada e profunda das tarifas de importação vigentes, de forma a permitir a redução do custo de insumos e produtos finais manufaturados por empresas brasileiras, para que fiquem mais acessíveis para a população. Ela explica que o País possui alíquotas de importação muito altas, o que acaba por encarecer os principais insumos utilizados no processo produtivo brasileiro. “Atualmente, somos um dos países que mantém as maiores alíquotas de importação, na contramão de outros parceiros comerciais, que vêm reduzindo suas alíquotas gradualmente”, alerta Marina Carvalho.
 
Em relação à perspectiva da indústria e varejo da indústria esportiva, as expectativas não são positivas. O mercado não deve crescer e poderá haver um encolhimento de pontos de venda no canal especializado em tênis. Para minimizar esse problema, é necessário que a indústria local tenha acesso a um amplo mercado consumidor e obtenha incentivos tributários para alcançar os benefícios de aumento de escala. Nesse sentido, a Ápice é a favor de uma reforma tributária que estimule o crescimento e o ganho de escala das pequenas e médias indústrias.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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