Com os preços da soja valorizados, a produção na safra 2015/16 será recorde. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), os produtores mineiros ampliaram em 9,5% a área de cultivo da soja, que alcançou 1,4 milhão de hectares. Para o período, é esperada recuperação da produtividade, 15%, que em 2015 foi prejudicada pela falta de chuvas, e colher 3 toneladas do grão por hectare.
Se o clima for favorável, a previsão é que a safra mineira da oleaginosa alcance 4,4 milhões de toneladas frente as 3,5 milhões de toneladas obtidas em 2014/15, alta de 25,9%.
Conforme o superintendente de Política e Economia da Seapa, João Ricardo Albanez, Minas Gerais vem ampliando a produção. Em 2002, o Estado produzia 1,4 milhão de toneladas de soja e a expectativa é alcançar 4,4 milhões de toneladas em 2016, o volume foi triplicado em 14 anos.
A produção esperada é recorde para o Estado e deve contribuir para que o País ultrapasse, pela primeira vez, os 100 milhões de toneladas, chegando a 102 milhões de toneladas de soja.
O Brasil responde por 31,2% da produção mundial de soja, atrás apenas dos Estados Unidos, que colhem 33,3% do volume. A expectativa é que no futuro próximo a produção nacional supere a dos norte-americanos. A maior adoção da soja durante a safra de verão e do milho na safrinha vai permitir a expansão.
Ainda segundo Albanez, o consumo brasileiro de soja gira em torno de 43 milhões de toneladas por ano. Com isso, grande parte da produção é destinada ao mercado externo, o que garante ao Brasil o primeiro lugar no ranking dos maiores exportadores mundiais, com 40,7% do volume comercializado. Os EUA representam 39,5%. O principal importador de soja no mundo é a China, que importa 63,8%, seguido União Europeia com 11%.
Embarques - As exportações mineiras do complexo soja estão em alta. Ao longo de 2015, o faturamento foi de US$ 861 milhões, alta de 2,34%. O valor foi o segundo maior registrado no Estado, atrás apenas do resultado de 2013, quando a comercialização com o exterior rendeu US$ 1 bilhão. Os principais parceiros comerciais de Minas Gerais são a China, com participação de 81,1% nos embarques, seguido pela Tailândia, Países Baixos, e Alemanha.
Mesmo com a expectativa de queda no índice de crescimento da economia chinesa, as exportações devem se manter firmes, já que o país asiático depende das importações para abastecer o mercado interno. A China é o quarto país em termos de produção, com 11,5 milhões de toneladas de soja ao ano, mas compra 79 milhões de toneladas no mundo para alimentar a população.
“A situação econômica e o mercado acionário da China têm causado preocupações em todos os setores, já que vem sinalizando que o crescimento será menor. No caso das commodities não alimentares o receio e o impacto serão maiores com a queda do índice de crescimento. Mas as commodities alimentícias sentirão um impacto menor que as demais, mas, claro, é uma preocupação. Com o dólar no patamar atual nos tornamos mais competitivo e ainda somos reconhecido pela qualidade, o Brasil já é referência pelo volume capaz de atender a demanda mundial”, observa Albanez.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG