O comércio paulista registrou em outubro uma receita real de R$ 46,1 bilhões, o que representa uma queda de 10,2% em relação ao mesmo mês de 2014. O resultado mantém o ritmo de retração observado nas comparações mensais ao longo de 2015.
O faturamento é o menor registrado para o mês de outubro desde 2010 e equivale a uma perda de R$ 5,3 bilhões na comparação com o mesmo mês de 2014. De janeiro a outubro, o recuo foi de 6,1%, o que estabelece um novo recorde histórico negativo.
Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.
A atividade com maior recuou no período frente a 2014 foi a de concessionárias de veículos, com retração de 22,9%, seguida por material de construção, com 21,4%, e lojas de móveis e decoração, com queda de 18,3%.
Na contramão das quedas, dois segmentos cresceram: o de supermercados, com 7,1%, e o de farmácias e perfumarias, com 0,8% . Eles foram os únicos que conseguiram expandir o faturamento real em relação ao mesmo mês de 2014.
De acordo com a assessoria econômica da entidade, as constantes quedas mensais do varejo, iniciadas em 2014, estão consolidando o aprofundamento do ciclo recessivo do comércio. São marcas negativas acima de 10%, historicamente jamais atingidas.
Segundo o estudo, das 16 regiões paulistas pesquisadas, apenas o comércio varejista da região de Marília conseguiu evitar retração em suas vendas no mês de outubro.
A FecomercioSP afirma que o resultado da pesquisa sinaliza a generalização e o agravamento do processo recessivo do varejo paulista.
Para a entidade, ainda não há sinais de reversão do quadro de retração das vendas no Estado. A queda expressiva observada no primeiro mês (outubro/2015) do trimestre mais forte para o setor de varejo revela que o comércio atravessa uma crise aguda de deterioração de suas vendas.
Retração
Na capital paulista, o comércio apresentou uma queda menor em relação à média estadual registrada em outubro. Mas, ainda assim, o resultado foi a maior retração de vendas do ano, com recuo de 7,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Com faturamento real de R$ 14,4 bilhões, as vendas da capital ficaram R$ 1,2 bilhão abaixo da receita registrada em outubro de 2014.
De acordo com a FecomercioSP, a queda das vendas do varejo paulista em outubro foi ocasionada pela forte deterioração da confiança do consumidor. Os principais motivos foram queda da renda e aumento do desemprego, além das altas da inflação e do endividamento das famílias. Com o resultado, a Federação sinaliza que está cada vez mais difícil qualquer pretensão de aumento do consumo, em especial o de bens duráveis.
Veículo: Jornal DCI