Em relatório de resultados, a companhia ressaltou condições de mercado desafiadoras e a frágil demanda dos consumidores nos países emergentes, como o Brasil. "Muitos mercados emergentes continuam fracos, especialmente aqueles dependentes do petróleo e de outras commodities, em que a desvalorização da moeda local está empurrando para cima o custo de vida [da população]".
Apesar disso, a companhia registrou em 2015 um crescimento de 12,4% na América Latina sobre um ano antes, embalado por avanços na Argentina, México e Colômbia. As vendas na região somaram 8,5 bilhões de euros.
Já as vendas globais da Unilever subiram 4,1% frente ao ano anterior, para 53,3 bilhões de euros. Pelo critério de vendas subjacentes - que exclui o impacto do câmbio, de aquisições e de alienações - houve alta de 10% no período.
O chefe executivo da Unilever, Paul Polman, mencionou, em nota, que os resultados demonstram a capacidade da Unilever de se tornar mais resiliente, de apresentar expansão da margem e um fluxo de caixa forte, mesmo diante do cenário macroeconômico.
"Apesar de um ano desafiador, com um crescimento econômico mundial mais lento, intensificando por instabilidade geopolítica, valorização cambial e pela volatilidade das commodities, conseguimos crescer, impulsionados por nossas inovações e um maior apoio por trás de nossas marcas", apontou ele.
A companhia teve lucro líquido de 5,259 bilhões de euros no ano passado, uma queda de 5% em relação a 2014. O declínio, entretanto, se deve à forte base de comparação entre 2013 e 2014, quando a multinacional anglo-holandesa teve ganhos não recorrentes com desinvestimentos.
Para este ano, o chefe executivo afirmou que a companhia vai mirar o controle de custos para enfrentar as condições econômicas atuais.
"Estamos nos preparando novamente para duras condições de mercado e alta volatilidade em 2016. Por isso, é vital manter o foco em agilidade e disciplina de custos em toda a nossa empresa", destacou o executivo, em relatório.
Preços
A dona das marcas de sorvete Kibon, do sabão em pó Omo e da linha de cuidados pessoais Dove anunciou um aumento de preços de 1,9% ao redor do mundo. Na América o aumento foi de 6,1%, puxado pelo avanço da inflação nos países latino-americanos, onde os reajustes aplicados alcançaram 11%. Já na Ásia, a Unilever teve alta de preços de 1,5%, enquanto na Europa os preços caíram 2,2%.
Veículo: Jornal DCI