As vendas abaixo do esperado durante o Natal impactaram negativamente sobre os estoques do comércio varejista na região metropolitana de São Paulo (RMSP). Em janeiro, o indicador que mede o nível de adequação dos estoques atingiu 90,8 pontos, queda de 2,4% em relação ao mês de dezembro (93 pontos). É o pior patamar da série histórica iniciada em junho de 2011. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o indicador apontou 107,4 pontos, o recuo foi de 15,4%.
Os dados são do Índice de Estoques (IE) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
O recuo do indicador neste mês se deve à queda na proporção de empresários que declararam estar com os estoques em situação adequada, que passou de 46,4% em dezembro para 45,3% em janeiro. Além disso, o fato das vendas de natal terem ficado abaixo do esperado resultou na elevação da proporção de comerciantes que consideraram seus estoques acima do adequado (37,6%), leve alta de 0,4 ponto porcentual em relação ao mês anterior e 7,7 p.p. acima na comparação com o mesmo período de 2015.
Adicionalmente, a proporção de empresários com estoque abaixo do adequado passou de 16,1% para 16,9%. O valor registrado em janeiro também foi superior ao apontado no mesmo período no ano anterior, quando marcou 16,3%.
De acordo com assessoria econômica da FecomercioSP, os empresários varejistas têm reduzido seus pedidos a fornecedores e, dessa forma, o mix de produtos de segmentos como supermercados e vestuário, tecidos e calçados possivelmente está sendo bastante controlado, a fim de garantir maior giro e menor custo de carregamento desses estoques.
Para 2016, a expectativa era que as tradicionais liquidações de início de ano encerrassem o ciclo de estoques, porém, tudo indica que isso não irá acontecer no curto prazo. A Entidade não espera uma retomada do crescimento, mas acredita que provavelmente os empresários começaram o ano com uma noção mais clara da gravidade e da duração dessa crise, que tende a aumentar ainda mais o desemprego e, assim, atingir também o consumo paulistano.
Veículo: Site Investimento e Notícias