Em meio à retração no número de vagas de emprego formal, 2015 também apresentou uma redução nos rendimentos dos trabalhadores. De acordo com os dados do Caged, os salários médios de admissão tiveram uma queda real de 1,64% no ano passado. O valor médio foi de R$ 1.291,86 em 2014, para R$ 1.270,74.
“Os dados mostram uma capacidade de resistência da renda média neste mercado de trabalho, que preserva o poder de compra muito próximo à inflação”, avaliou o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto. Segundo ele, a redução no número de empregos foi proporcionalmente mais forte que a queda na renda do trabalhador.
Entre os homens, a retração dos salários de admissão foi mais acentuada, com uma redução real de 2,28%, enquanto as mulheres tiveram uma perda média de 0,34%.
Pelo recorte regional, apesar dos números negativos em todo o País, o Sudeste concentrou a maior parte dos fechamentos de vagas de trabalho. Foram menos 891 mil empregos em 2015, mais da metade desse número apenas no Estado de São Paulo. Para Rossetto, o dado se justifica pela grande concentração industrial na região. O Nordeste teve o segundo pior resultado, com o fechamento de 254 mil empregos, enquanto a região Sul encerrou 229 mil vagas.
O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), disse que o resultado do Caged mostra que “o desespero bate à porta do trabalhador”, com o número recorde de empregos fechados no ano passado. Em nota, Bueno diz que os números são alarmantes, “um desastre do ponto de vista social”, já que se trata de desemprego afetando milhares de famílias. “Os números assustam, mas o governo continua a fazer propaganda na televisão e o PT também, quando na realidade a incompetência campeia”, afirmou Bueno.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG