Vendas do varejo na região do ABC caem 12,9% em outubro

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Em outubro de 2015, as vendas do comércio varejista na região do ABCD apresentaram queda de 12,9%, na comparação com o mesmo mês no ano anterior, atingindo R$ 2,5 bilhões. No acumulado do ano, a variação também foi negativa (-7,3%).

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

Entre as nove atividades analisadas, sete recuaram em relação a outubro de 2014. Os setores de lojas de móveis e decoração (-38,3%) e de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-28,3%) foram determinantes para o resultado negativo da região, contribuindo, respectivamente, com -0,6 e -2,8 pontos porcentuais para o índice geral.

Já os setores de lojas de autopeças e acessórios (7,9%) e de supermercados (2,1%) registraram desempenho positivo no período e impactaram o resultado geral, respectivamente, com 0,1 e 0,7 ponto porcentual.

RESULTADO ESTADUAL
Seguindo o mesmo ritmo de retração apresentado nos meses anteriores, as vendas do comércio varejista paulista permaneceram negativas em outubro e caíram 10,2% na comparação com o mesmo mês de 2014. Com faturamento real de R$ 46,1 bilhões - a menor receita registrada para o mês desde 2010 -, o varejo do Estado perdeu R$ 5,3 bilhões na comparação com igual mês de 2014. De janeiro a outubro, o recuo foi de 6,1%, e estabeleceu também um novo recorde histórico negativo em termos de queda acumulada no ano.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, os sucessivos declínios mensais do movimento varejista iniciado em 2014 consolidaram cada vez mais o aprofundamento do ciclo recessivo do comércio, com quedas acima de 10%, historicamente jamais atingidos.

Entre as 16 regiões paulistas que compõem a pesquisa, apenas o comércio varejista na região de Marília conseguiu evitar retração em suas vendas em outubro. Para a Federação, o resultado apontou para a generalização e o agravamento do processo recessivo do varejo paulista.

Das nove atividades analisadas, sete registraram índices negativos com quedas de dois dígitos, sendo as mais expressivas vistas nos setores de concessionárias de veículos (-22,9%, com impacto de -3,1 pontos porcentuais sobre o resultado geral), materiais de construção (-21,4% e contribuição de -1,7 p.p.) e outras atividades (-18,3% e -4,2 p.p.).

Por outro lado, o segmento de supermercados avançou em 7,1% e contribuiu com 2 pontos porcentuais para o resultado total, enquanto o setor de farmácias e perfumarias cresceu 0,8%.

EXPECTATIVA
De acordo com a FecomercioSP, a queda nas vendas do varejo paulista em outubro foi ocasionada pela forte deterioração da confiança do consumidor. Os principais motivos foram queda da renda e aumento do desemprego, além das altas da inflação e do endividamento das famílias. Com isso, a Federação sinaliza que está cada vez mais difícil qualquer pretensão de aumento do consumo, em especial o de bens duráveis.

Para a Entidade, ainda não há sinais de reversão do quadro de retração das vendas no Estado. A queda expressiva observada no primeiro mês do trimestre mais forte para o varejo mostrou que o comércio atravessava uma crise aguda de deterioração de suas vendas, influenciada pelas circunstâncias econômicas e políticas negativas do País que se agravaram de forma rápida e intensa em 2015.

NOTA METODOLÓGICA
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.

 



Veículo: Site ABC do ABC


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