Falta de disciplina, tempo e o esquecimento são as principais justificativas dos desorganizados.
Controlar o orçamento em tempos de crise é desafiador e organizar as contas ainda não é um hábito para 46% dos brasileiros, segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A falta de disciplina, tempo e o esquecimento são as principais justificativas dos desorganizados. A economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, explica que o atual cenário de crise tem obrigado o consumidor a se ajustar financeiramente. “Quando está tudo muito bem, não temos necessidade tão grande de organizar as contas. Já passamos por bons períodos de baixas taxas de desemprego e inflação. Mas hoje, devido à crise e aos reflexos disto na rotina do cidadão, começamos a ficar mais preocupados com os gastos”, avalia.
Para Marcela, este é o aspecto positivo da crise. “Teremos que repensar o nosso dia-a-dia financeiro”. A tendência para os próximos anos é de consumidores mais conscientes já que, para a economista, 2015 foi uma grande lição de casa. “Atualmente temos mais acesso a informação e boas ferramentas. É possível fazer planilhas na Internet, além de aplicativos muito eficientes que ajudam a organização financeira. Tudo isso já ajuda muito”, conclui.
A auxiliar administrava, Paloma Ramos, 24, se considera uma pessoa muito descontrolada financeiramente. “Eu costumo gastar muito mais do que eu ganho e isso me gera dívidas enormes”, comenta. Umas das metas de Paloma para este ano é conseguir se livrar de uma dívida no banco. “Eu me sinto muito angustiada quando me deparo com o resultado da minha desordem. Isto gera ansiedade e acaba virando uma bola de neve, gasto sempre mais”, explica. Ansiedade é um fator preocupante e, de acordo com o planejador financeiro, Felipe Chad, atrapalha na hora de colocar as contas na ponta do lápis. “Não saber o quanto ganha e o quanto gasta é preocupante e gera conflitos enormes. O ideal é conseguir acompanhar as despesas”, completa.
Veículo: Jornal Estado de Minas - MG