A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) também espera que 2016 seja um ano mais favorável para o setor. A expectativa é de retomada das exportações e de que o Produto Interno Bruto (PIB) apresente crescimento maior que o registrado em 2015. No ano passado, e conforme os dados acumulados até outubro, o PIB do agronegócio mineiro evoluiu apenas 0,75%, com faturamento estimado em R$ 172,5 bilhões.
De acordo com a coordenadora da assessoria técnica da Faemg, Aline Veloso, alguns fatores vão contribuir para a melhor evolução. Um deles foram as chuvas registradas até o momento, que tiveram volumes favoráveis à produção agropecuária. Além de permitir o bom desenvolvimento da safra de grãos e de café, o volume também foi suficiente para recuperar as pastagens e reduzir os custos com ração na pecuária de leite e de corte.
“As chuvas mais volumosas são bem interessantes para o Estado, que há quatro anos não registrava um volume significativo em janeiro, situação que deve se estender até março. É alento para produtor mineiro, que amargava diversos prejuízos e terá condições de negociar uma safra melhor”, avalia Aline.
O real desvalorizado em relação ao dólar e os preços valorizados dos grãos, principalmente no mercado interno, poderão favorecer a rentabilidade dos produtores. A colheita da safra de grãos está atrasada em função do plantio tardio, o que também vem mantendo os preços valorizados.
“O agronegócio será favorecido com o dólar valorizado. As expectativas são positivas, principalmente, com as sinalizações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em relação à abertura de novos mercados para os produtos. Com os preços favoráveis, também será vantajoso encaminhar o produto para o mercado internacional, especialmente para a China, que é nosso maior parceiro”, observa.
Cautela - Apesar da expectativa positiva, a recomendação para os produtores é que os mesmos mantenham a cautela em relação ao mercado, que tenham o controle efetivo dos custos e dos insumos e que planeje bem os investimentos.
“É preciso observar os rumos de mercado e conseguir comercializar a produção da melhor forma. Mas os investimentos devem ser feitos com cautela, uma vez que o crédito está mais caro e o volume de recursos próprio é menor, em função dos prejuízos acumulados nas últimas safras. O ano, em função do cenário econômico complicado, exige cautela, mas temos a confiança de que pode mudar. O agronegócio é o setor que ainda contribui positivamente para a economia, porém a instabilidade econômica e política vivenciada no País deixa todo mundo atento”, alerta Aline.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG