Após dois meses de avanço, o Índice de Expansão do Comércio (IEC) voltou a cair. Em janeiro o indicador atingiu 72,1 pontos, queda de 2,2% na comparação com dezembro.
As informações fazem parte do levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em relação ao mesmo período do ano passado, a redução foi de 28,2%. A queda está associada, principalmente, ao fim do período de contratação de temporários e à disposição cada vez menor para novos investimentos.
Em comunicado, a Fecomercio sinaliza que ainda não há qualquer perspectiva de recuperação no curto prazo para o varejo brasileiro. "Os economistas reduziram ainda mais a previsão de queda do PIB e alertam que não há retomada econômica possível em um quadro de instabilidade político-econômica", informava a nota.
Entretanto, para a Entidade, pior do que a queda do PIB em 2015 é a falta de perspectivas para 2016. "Sem o claro entendimento de como ficará o equilíbrio das políticas do País, não há como colocá-lo no rumo da recuperação."
Contratação
O subíndice Expectativas para contratação de funcionários (um dos indicadores que compõe a pesquisa) apresentou redução de 3% em relação a dezembro e passou de 88,4 para 85,7 pontos. Na comparação anual, a queda foi de 23,8%. De acordo com a assessoria econômica da Federação, essa retração aponta para continuidade do ajuste no mercado de trabalho observado ao longo de 2015.
Já o Nível de investimento das empresas, outro componente do IEC, que sinaliza se o empresário está ou não disposto a investir em novas instalações ou equipamentos, também recuou na comparação mensal (-1%) e passou de 59 pontos em dezembro para 58,4 pontos em janeiro. Na comparação anual, a queda do subíndice foi ainda mais significativa (-33,8%).
Intenção de compra
A queda nos planos de expansão dos empresários tem ainda outro agravante: a intenção das famílias de contrair dívidas segue baixo. Segundo a Fecomercio, o Índice de Intenção de Financiamento registrou alta de apenas 0,5% na comparação com dezembro do ano passado; se comparado ao mesmo mês de 2015, porém, o indicador retraiu 24,4%.
Em comunicado, a entidade aponta que o resultado revela que os paulistanos seguem cautelosos na tomada de créditos, e a proporção de entrevistados que não pretendem se endividar nos próximos meses atingiu 91,1%.
O índice de segurança de crédito avançou em relação a dezembro (0,8%) e passou de 76,2 para 76,7 pontos. Na comparação anual, porém, houve retração de 9,2%. Entre o grupo dos endividados, o indicador voltou a cair e passou de 64,3 pontos em dezembro para 59,8 pontos em janeiro. Em igual período de 2015, o indicador havia registrado 69,2 pontos.
Veículo: Jornal DCI